segunda-feira, 25 de junho de 2012

CHEGOU A HORA DA FOGUEIRA

Dra Adriana Oliveira Lima
O São João é uma festa que tem sua importância máxima no nordeste brasileiro. Entretanto, tornou-se uma festa nacional. Muito dela já está perdido nos centros urbanos que a cada dia é engolido pela violência, pelo medo e pelas limitações afeitas às grandes cidades.
        Festa junina era na rua. Criança brincava com fogos e fogueira. Olhávamos a brasa arder e aprendíamos a ter cuidado (entre todos os irmãos e amigos, nenhum se queimou nestes festejos de infância). Minha mãe organizava a quadrilha dançada na rua com todas as crianças da vizinhança. Tinha a comida típica e em alguns bairros as barraquinhas com jogos para ganhar quinquilharias.
 
Não podemos voltar às ruas e então cresce o papel da escola como a instituição social privilegiada para o resgate e a consolidação da nossa cultura. Torna-se de suma importância levar as crianças a participar desse evento cultural, experimentar as comidas típicas, conhecer seus jogos e tradições e, acima de tudo, aprender as músicas e danças típicas, seus autores e suas fantasias.
        A ajuda da família é fundamental nesta consolidação cultural. Aos pais cabe ajudar a escola em todos os sentidos - nos cantos, na visita a apresentações de quadrilhas, nas experiências com as comidas etc.
        Para os pais ajudarem a escola no desenvolvimento de projetos pedagógicos de resgate cultural é necessário compreender que a identidade de uma pessoa se forma na sua imersão numa cultura. São as referências musicais, alimentares, de vestimentas, de lazer e trabalho, entre outros tantos aspectos da vida social, que formam uma determinada sociedade e uma determinada cultura.


É necessária a referência cultural para o sujeito tornar-se cidadão e, acima de tudo, ser capaz de amar sua história e sua comunidade, orgulhar-se de si e de seus pares. Enfim, ser parte de uma sociedade, de uma determinada comunidade.

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