domingo, 19 de junho de 2011

UMA SUPER-ROTINA: INVESTIMENTO OU MERA OCUPAÇÃO ?



Educadores e psicólogos são unânimes em considerar a diversidade de aprendizagens fundamental para o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Fazer um esporte, uma arte, aprender uma língua estrangeira ou trabalhar aspectos específicos do desenvolvimento quando aparecem distúrbios (fala, escrita ou emocional) deve fazer parte da vida das crianças e jovens.

Ora, sem dúvida a diversidade no processo educacional é fundamental para o desenvolvimento afetivo e cognitivo e a escola deve dar conta de grande parte desta diversidade, assumindo estes aspectos do desenvolvimento (arte, corpo, expressão etc.) como parte do desenvolvimento pleno da cidadania e, portanto, incluso em seu papel de educar.

Evidente que algumas habilidades demandam cursos específicos impossíveis de serem efetivados na escola. Os pais devem, então, procurar escolher cuidadosamente em que atividade investir, ou seja, qual a atividade extra escola será mais proveitosa para seus filhos em cada idade do desenvolvimento. Antes de mais nada deve estar atenta em não sobrecarregar a agenda da criança e do jovem sob pena de obter um fracasso generalizado em seu desenvolvimento e mesmo estados de esgotamento psicológico ( estresse infantil).

Após a compreensão de que educar é investir, o que varia de lugar para lugar, os pais devem procurar classificar por idade, o que poderia ser interessante seu filho(a) fazer, compatibilizando os seus desejos com as reais possibilidades dos filhos, tirando assim, de cada atividade o maior proveito..

Alguns artigos publicados em revistas de grande circulação mostraram os níveis de tensão e prejuízos para a criança e o jovem provocados pelo excesso de atividades, não apenas pelo tempo ocupado como pelas expectativas dos pais do sucesso dos filhos nestas atividades. Os pais devem ter nas atividades extras uma fonte de prazer dos filhos, pois a criança apresentará melhores resultados quando têm prazer no que está fazendo. Não esquecer que o desenvolvimento do corpo e do espírito é mais importante que um campeonato de natação.

Os pais devem procurar adequar as atividades que desejam para os filhos e suas reais possibilidades. Por exemplo, a natação antes dos 4 ou 5 anos é mero lazer pois a criança precisa uma certa maturidade sensório motora para realmente nadar (coordenação complexa de movimentos). A expectativa de resultados antes desta idade pode ser desgastante e levar a criança a não gostar da atividade.

A introdução musical livre, com vários instrumentos e movimentos coordenados podem ser explorados bem cedo, mas um instrumento específico deve aguardar um pouco mais, até por volta dos 7 anos. O contato lúdico com a língua estrangeira pode ser riquíssima atividade, mas a estruturação da fala como aprendizagem efetiva ocorrerá num processo que, quando começado por volta dos 2 anos, pode estar concluído por volta dos 12 anos.

A dança, ginástica artística ou outra expressão corporal deve ser lúdica entre os 4 e 8 anos mais ou menos para só então iniciar um processo de disciplina mais rígido. O esporte regular deve variar dependendo de sua modalidade. O Vôlei, por exemplo, é bastante tardio (por volta dos 10 anos), precisando de pulsos fortes, enquanto o futebol pode iniciar muito cedo em escolinhas, pois suas regras podem ser compreendidas por volta dos 7 ou 8 anos.

Ora, o fato é que as atividades devem ser vistas como tendo dois aspectos, um lúdico, que a criança deve experienciar e um disciplinado que deve aguardar a idade adequada para não exercer pressões sobre as crianças e jovens.

Dê ao seu filho a oportunidade de aprender: uma língua, a nadar, introduzir-se no mundo da música e da dança, mas não faça desta experiência maravilhosa uma forma a mais de pressionar seu filho(a) a apresentar resultados...

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