FELICIDADES AOS QUE SÃO PROFESSORES DE FATO
No ano passado homenageei os professores na forma de cartão
no link abaixo. http://adrianaoliveiralima.blogspot.com.br/2011/10/15-de-outubro-e-o-dia-do-professor.html
Dra.
Adriana Oliveira Lima
Em outras ocasiões, inclusive em meu
livro “Conversas”, dediquei alguns artigos ao fenômeno da grande rotatividade
de professores nas escolas no Brasil. Como professora que jamais abdiquei de
minha função/escolha profissional, fico bastante à vontade para conversar sobre
este fenômeno. Encontramos uma centena de razões, dos baixos salários à má
formação profissional, para essa rotatividade excessiva. O que torna o fato cada vez mais grave é seu
crescimento sistemático, que vai formando um comportamento pouco comprometido e,
às vezes, até mesmo irresponsável na relação profissional.
O setor público se torna o
depositário dos que querem ter “garantia de emprego”. As crianças são
esquecidas, por vezes com meses sem aulas. Nos setores privados temos uma
verdadeira “dança das cadeiras” que leva a uma rotação que, quase sempre,
termina por desembocar no sistema público de ensino.
Imaginem um médico que faz uma
cirurgia e no dia seguinte e no outro e no outro não comparece ao hospital para
acompanhar seus doentes... Imaginem um engenheiro abandonando uma obra pela
metade. Imaginem um dentista que abandona o cliente no meio de um tratamento. Imaginem
um cozinheiro que desaparece do restaurante. Considerando qualquer profissão ficamos
pasmos em acreditar que considerável número de professores falta por qualquer
motivo, importando-se muito pouco com suas crianças, com seus alunos. Como dar dignidade a uma profissão com estes
comportamentos?
Esta não é uma questão apenas de
amor; é uma questão de respeito e de responsabilidade por um projeto e seu
curso. Como respeitar uma profissão que não se dá ao respeito? Os salários são
baixos? Todos sabem. Quem adentra esta profissão pode dizer tudo, menos que
“não sabia” disso - por favor! A postura do início de carreira com
responsabilidade e envolvimento pode determinar o futuro do professor como
educador.
Não podemos conciliar com o
professor faltoso, com instituições adultas, como a greve, que ferem o direito
das crianças. Antes de desejar conhecer, um ser humano deseja ser amado e
respeitado e o professor é o primeiro objeto deste amor e respeito.
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