domingo, 16 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
PORQUE IR CEDO PARA ESCOLA
Dra. Adriana
Oliveira Lima
Esta
é uma discussão bastante velha. Nos anos 1960 um forte movimento impulsionado
por diversas pesquisas afirmavam a importância da educação e dos estímulos ao
desenvolvimento infantil iniciarem na mais tenra idade. Os americanos inventaram os mais
diversificados instrumentos de estimulação ao desenvolvimento das crianças; mães
expondo seus filhos ainda em suas barrigas às composições de Mozart até métodos
de alfabetização para crianças de apenas dois anos baseado em estudos como os
de Glen Doman com crianças com lesão cerebral.
Passam
as modas, ficam os estudos e pesquisas mais sérios e consequentes como os de
Piaget sobre o desenvolvimento da criança. Agora, depois da inexplicável falta
de estudos dos últimos 20 anos, aparecem “pensadores” da educação apresentando
velharias como se fossem novidades e como se estivessem fundadas em
conhecimento cientifico ou compreensão empírica da realidade social. Neste
rastro aparecem duas posições: primeiro, a hipótese de que seria melhor educar as
crianças em casa e, segundo, uma certa ressurreição da pedagogia Waldorf como
movimento humanista, fundado em mitos e crenças sem contexto ou pesquisas.
Para
educar em casa é necessário ter cultura e clareza acerca dos objetivos a serem
alcançados. Ainda restariam as questões gravíssimas no âmbito da socialização,
da inserção social da criança e do jovem. As crianças que chegam à escola com 04 anos,
por exemplo, apresentam dificuldades no âmbito social típicos dos pequenos de 02
anos. A convivência simbiótica com os pais trazem sérios prejuízos emocionais
que terminam por influir no desenvolvimento cognitivo da criança.
Não
há como contrariar as realidades cerebrais. Os acontecimentos no cérebros são
alheios aos desejos. Assim, os deslocamentos das áreas cerebrais na
aprendizagem de uma língua, por exemplo, mostram que quanto mais cedo o
indivíduo está imerso no bilinguismo, melhor será sua aprendizagem da língua e
maior seu desenvolvimento cerebral. O mesmo ocorre com a exposição à música e
outras experiências. É sempre bom lembrar que as mamães, com todo o seu amor,
não estão capacitadas a realizar este conjunto de atividades que a criança pode
vivenciar na escola, brincando.
As 02
anos a mielinização está concluída e à medida
que cresce, o cérebro vai fechando portas até começar a envelhecer. As 07 anos outras
portas fecham-se, na adolescência outras tantas... Assim, a questão não é ficar com a criança em casa, mas
em que escola colocá-la. Uma escola pode ser um lugar saudável de
convivência entre as crianças, com estímulos ao seu desenvolvimento sem pressões
ou estigmas. O lugar perfeito para criar este animal chamado homem é com outras
crianças.
Para maior aprofundamento vejam no blog artigos sobre a educação Waldorf e sobre estudos recentes da neurociência.
Sobre a
pedagogia Waldorf
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