O São João é uma festa que
tem sua importância máxima no nordeste brasileiro. Entretanto, tornou-se uma
festa nacional. Muito dela já está perdido nos centros urbanos que a cada dia é
engolido pela violência, pelo medo e pelas limitações afeitas às grandes
cidades.
Festa junina era na rua. Criança brincava com fogos e
fogueira. Olhávamos a brasa arder e aprendíamos a ter cuidado (entre todos os
irmãos e amigos, nenhum se queimou nestes festejos de infância). Minha mãe
organizava a quadrilha dançada na rua com todas as crianças da vizinhança.
Tinha a comida típica e em alguns bairros as barraquinhas com jogos para ganhar
quinquilharias.
Não podemos voltar às ruas
e então cresce o papel da escola como a instituição social privilegiada para o
resgate e a consolidação da nossa cultura. Torna-se de suma importância levar
as crianças a participar desse evento cultural, experimentar as comidas
típicas, conhecer seus jogos e tradições e, acima de tudo, aprender as músicas
e danças típicas, seus autores e suas fantasias.
A ajuda da família é fundamental nesta consolidação cultural.
Aos pais cabe ajudar a escola em todos os sentidos - nos cantos, na visita a
apresentações de quadrilhas, nas experiências com as comidas etc.
Para os pais ajudarem a escola no desenvolvimento de projetos
pedagógicos de resgate cultural é necessário compreender que a identidade de
uma pessoa se forma na sua imersão numa cultura. São as referências musicais,
alimentares, de vestimentas, de lazer e trabalho, entre outros tantos aspectos
da vida social, que formam uma determinada sociedade e uma determinada cultura.
É necessária a referência
cultural para o sujeito tornar-se cidadão e, acima de tudo, ser capaz de amar
sua história e sua comunidade, orgulhar-se de si e de seus pares. Enfim, ser
parte de uma sociedade, de uma determinada comunidade.