Dra Adriana Oliveira
Lima
Tendo nossas
raízes fincadas na cultura latina por
razões históricas, começamos a nos assombrar com as contradições que mais e
mais aparecem como fruto de uma mudança radical para uma profunda influência da
cultura anglo saxônica. Não é uma questão de sociedade de consumo e a
influência americana, mas uma mudança mais profunda que se desenhou nos anos
1980 quando os investimentos em bolsas no exterior voltaram-se quase
inteiramente para os Estados Unidos (tive oportunidade de analisar estas
mudanças por ocasião da minha tese de doutoramento). A formação das elites e
lideranças mudavam de eixo.
Hoje nosso cotidiano está tão impregnado destas influências que quase não
nos apercebemos. Nas redes sociais
apareceu um artigo sobre o consumo de medicamentos e os números de crianças
diagnosticadas com Déficit de Atenção (Por que as crianças
francesas não têm Deficit de Atenção? http://equilibrando.me/2013/05/16/por-que-as-criancas-francesas-nao-tem-deficit-de-atencao/ ) e podemos tirar bom proveito deste artigo.
Primeiro
a questão disciplinar. As crianças brasileiras estão seguindo o modelo americano
de pais que não impõe regras e deveres. No salão de beleza, esta semana, um
menino gritava descontrolado e batia na cara da mãe para não cortar o cabelo,
creiam devia ter uns 3 ou 4 anos! O Brasil esta precisando de “super nanies”.
Segundo
a idolatria das famílias pelas escolas tradicionais e de “prestígio” na
sociedade que os levam a preferirem medicar seus filhos, enchê-los de reforço
escolar, admitir-lhes doenças de toda ordem, desde que os enquadrem nestas
escolas. Nunca se perguntam se o problema não seria de uma escola atrasada e
inadequada. Os pais preferem ver os
defeitos nos filhos do que criticar a escola “bem aceita na sociedade”. Que
falta de amor numa estrutura de educação que beira o ridículo, na estrutura
atrasada de organização física e metodológica.
Por
fim a incompetência nos diagnósticos e tratamentos. Não digo que não exista
necessidade em alguns casos de medicamentos, mas temos que nos perguntar por
que estas necessidades são maiores nas sociedades onde as crianças estão crescendo
sem regras, e ao mesmo tempo e contraditoriamente, submetidas a regimes
medievais de educação tradicional.
Em
outro artigo falamos sobre o uso da ritalina, vale repensar.