domingo, 4 de julho de 2010

UM PLANO DE SALVAÇÃO NACIONAL


VEJA 30 DE JUNHO DE 2010.
Sem novidade na intenção a revista publica uma síntese de um plano de educação elaborado por educadores para ser entregue aos candidatos à presidência da republica. Mas não é novidade. Quem militou em eleições sabe que este é um ato comum em quase todas as eleições. Poso Lembrar claramente o grupo de trabalho de Brizola e de Moreira Franco, entre outros, no Rio de Janeiro. Em alguns deles cheguei a participar. Mas falta de novidade não é o principal. Trágicas são as poucas e fracas idéias para a salvação nacional. Agrupadas e, sete tópicos que valem ser comentados:
1-Se a lei de responsabilidade fiscal ajudou o Brasil, que seja estendida para a educação. Entretanto dizer que “cobrar, premiar e punir” é um avanço “notável” é um atraso igualmente notável. O Brasil precisa sair do esquema de concurso público com significado de “fazer o que quer” tendo emprego vitalício. Esta talvez seja nossa pior doença. Não se cura com premio, mas com mercado (demissão/admissão).

2- Se há um avanço na educação brasileira ele é o que se chamou de “Parâmetros Curriculares”. Primeiro porque suprimiu esta discussão e segundo porque mostrou o que seria básico para a educação nacional deixando um país continental com flexibilidade para contemplar a cultura local. O Brasil tem seu sistema montado sobre o material didático o que invalida a idéia de que existe ai um vazio curricular. Não é possível um currículo universal, existem apenas as possibilidades de aprendizagem em cada momento do desenvolvimento. O que se pode ter de universal é a atitude, o comportamento baseado na INTELIGÊNCIA. Sé a Inteligência é universal.

3- A flexibilização do ensino médio é de fato um objetivo a ser perseguido. Os modelos americanos e europeus são bons focos. Entretanto a questão esta desfocada. Não se trata apenas de diminuição de currículo. Precisamos, e isto não é novidade, aumentar os investimentos no ensino médio tornando-o alternativa profissional para a maciça população que nele deve integrar. Precisamos superar o “cacoete” de achar que todos devem fazer o ensino superior (lugar atual da única profissionalização no Brasil). O ensino médio poderia ter diversas opções para a vida profissional além de possibilitar o acesso ao ensino superior. O mercado procura profissionais técnicos e não encontra...

4- A gestão democrática já tem mais de 20 anos de discussões. A questão não é se elegemos ou não diretores, se o diretor tem ou não autonomia, se ele foi professor, se ele tem poder. A questão principal é a própria gestão do serviço público no Brasil. Todos querem ser servidor público. Entenda: fazer o que se quer com emprego vitalício e vantagens “preguiçosas”. O Brasil deveria respeitar a criança e o adolescente. Um professor deve integrar uma equipe conforme sua competência e sua dedicação. No momento em que a demissão for um instrumento disponível não serão necessárias premiações. Só é possível discutir competência num sistema de mercado, o paternalismo do serviço público no Brasil deixa a inércia e a mediocridade vencer.

5- Mudar a formação dos professores nas universidades é sem dúvida o principal tópico levantado pelo artigo. Mas sobre este tema já falamos em outros artigos. É preciso sair do “lero-lero” e formar professores que não apenas domine os conteúdos programáticos como a metodologia de ensino de cada ciência.

6- Quanto à premiação não se pode levar a sério. Seria mais uma “bolsa alguma coisa”. Não tem cabimento se premiar financeiramente alguém que esta apenas cumprindo sua tarefa de trabalho. O que gera o compromisso é a competitividade que, ao mesmo tempo eleva os salários. O que atrai os melhores são sem dúvida a dignidade da profissão e seu retorno econômico. Não tem prêmio que resolva o absurdo salarial dos professores. Ainda temos que lembrar que no Brasil pode-se temer a deturpação e o risco dos prêmios serem negociados.

7-Ampliar a jornada escolar é sem dúvida o ideal da educação numa sociedade avançada onde homens e mulheres despendem muitas horas no mercado de trabalho. Não é novidade, nas eleições de 1982 (18 anos atrás!) Darcy Ribeiro e Leonel Brizola pretenderam dar conta disto no Rio de Janeiro com os chamados “Brizolões”. O custo é alto. Mas devemos perseguir este objetivo. Entretanto devemos olhar para as mudanças necessárias na escola de forma a levar as crianças e jovens a GOSTAR da escola. Hoje mal suportam 4 horas!!!!!

Um comentário:

Sarah disse...

Adorei os tópicos. Adriana na veia!!!! KKKK