Dra. Adriana Oliveira Lima
Não podemos deixar de tomar uma posição
acerca dos acontecimentos que influem na cultura e na educação. Não posso
desligar a TV ou fazer vista grossa para a violência e o abuso contra a criança
e o jovem.
O que acontece com a moralidade em
nossa sociedade é grave. A mediocridade das produções artísticas são cada vez
mais evidentes. As histórias representando a guerra entre o bem e o mal que
formavam a essência humana não existem mais. As heroínas são filhas vendidas
pelas mães e homens capazes de jogar um bebê recém-nascido numa caçamba de
lixo. A Globo domina esse mercado com
mais de 6 novelas no ar divulgando bobagens.
É retratada a falta de interdição na
educação das crianças, que dormem até grandes na cama com os pais.
Pais ou mães que concordam mais com
seus filhos do que com seus parceiros, formando alianças esdrúxulas entre
adultos e crianças contra um dos cônjuges.
Crianças que não aprendem o significado
de um não, e ganham tudo que querem.
Crianças que não compartilham nada e
desrespeitam os mais velhos, maltratando os idosos.
Esta criança é tão atual que nem
escandalizam mais quando aparecem em nossos aparelhos televisivos.
A interdição na infância é o que proíbe
o incesto e corrige a pedofilia. O não tem que ser introjetado. Um pai
ou mãe ausente não constrói as interdições necessárias para constituir a
família e distinguir a infância da idade adulta.
A menina da novela, mimada e sem um pai
constituído, afirma que embora saiba de tudo, ainda assim se sente atraída pelo
ex-namorado da mãe. A mãe finge que a questão é a proteção da filha - e não o
absurdo de estar em jogo sua grande paixão. O pai não existe. O homem é um
pedófilo, não pela idade, que pouco importa, mas pela circunstância. A menina
equivale à sua filha no contexto da história.
E a Globo, tira cena, bota cena,
tenta descobrir o que vem afastando seu público... O que afasta é o saudável nojo
da pedofilia, do incesto e da traição. Ainda bem que o povo brasileiro ainda
tem discernimento, aparentemente maior que nossos roteiristas modernos, que imaginam
escrever o que representa a sociedade.
Ainda na novela, outra personagem
tem comportamentos indizíveis para ter uma filha que ela escolheu. Não lida com
seu desejo, simplesmente corrompe, rouba e casa. Por que não se inscreve na
fila de adoção?
Essa é a nossa realidade? Essa é
nossa nova família? Que diabo é isso?
Famílias sem consistência, sem
estrutura. Seria este o modelo brasileiro?
Constitua o ESTADO. Não seja amigo
ou amiga de seus filhos, seja PAI ou MÃE. Esta é uma relação especifica e
diferenciada, consistente e de natureza especial. Esta relação guarda uma
autoridade hierárquica que jamais poderia ser substituída pela amizade. Ter uma
boa relação com os filhos não tem qualquer relação com ser amigo no lugar de
ser pai ou mãe.
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