Diana
Tamir é estudante de graduação junto ao laboratório de neurociência de Harvard.
Ela estuda questões sociais e afetivas e as respostas cerebrais. Estuda as relações egocêntricas e auto referenciadas
nas comunicações sociais.
Recentemente publicou num
jornal científico (PNAS) os resultados de
pesquisas sobre redes sociais e o prazer da exposição individual. Nelas, Diana
mostra que essa exposição aparece entre os estímulos cerebrais nos mesmos
níveis da comida e do sexo.
Evidente que tal publicação espalhou-se por tudo que é
jornal
(O POVO - Ceará
Correio
Brasiliense
O
fato é que publicar pensamentos e opiniões, fotos ou piadas, revelando a si
mesmo, é um prazer cerebral do mesmo nível da comida e do sexo.
Falar sobre si próprio
libera dopamina, substância química vinculada aos sentimentos de prazer ou à
antecipação de uma recompensa. Sabe-se
que as pessoas despendem até 40% dos discursos falando de si. Nas redes sociais
este índice chega a dobrar, alcançando cerca de 80%. Nesta pesquisa observou-se
que falar de si podia ser trocado por ganhos menores (dinheiro oferecido) para
obter forte resposta cerebral (nas áreas de prazer).
Foi o que mostrou a
pesquisa de Tamir, usando tecnologia de ponta para escanear o cérebro e suas
reações ao falarmos de nós mesmo com os outros. Pesquisa cujo propósito era
verificar se esta exposição de si tem um valor intrínseco, isto é, se faz as
pessoas se sentirem bem com isso e se o prazer de se expor atingia áreas iguais
às da comida, sexo ou dinheiro.
Cerca de 300 pessoas
participaram da pesquisa e algumas tinham que colocar suas opiniões sobre
diversos temas enquanto eram monitoradas cerebralmente (ressonância magnética e
outros recursos). Outros deviam
cumprir tarefas em troca de dinheiro:
"When you look at the neural regions generally associated with
rewards like money or sex or food, those same regions seemed to respond more
robustly when people were engaging in self disclosure than when they were
not," says Tamir.
O
fato é que postar no “FacebooK” um pensamento, um sentimento, uma piada ou uma
foto, é uma fonte de prazer. Precisamos apenas lembrar a dinâmica inversa: a
necessidade de ter muitos amigos – a quantidade revelaria uma popularidade -, a
necessidade de “ser visto” por meio do “curtir” ou dos “compartilhamentos”. A
frustração da inexistência na rede pode existir. Mas estar nela é uma forma
prazerosa de ampliar relações e partilhar experiências.
Afora
isso os níveis de informação elevam-se substancialmente, de novos encontros e
possibilidades. Precisamos apenas ver mais os outros, observar mais, participar
mais.
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