Este é o período em que o egocentrismo
chega ao seu apogeu, sendo, um período PRÉ-CONCEITUAL por excelência. Piaget
identifica nesse estádio a formação dos preconceitos sociais (cor-raça, gênero,
pobreza etc.) facilmente adquiridos pela incapacidade operatória em colocar-se
no ponto de vista do outro, observar preceitos legais etc. A justiça neste
estádio é quantitativa e igualitária, isto é, a lei do “olho por olho, dente
por dente”. A criança nesse só considera devidamente punido aquele que recebe
castigo igual e inverso. Toda decisão do adulto parece-lhe justa, mesmo quando
obviamente injusta.
O
mundo da criança ainda está centrado no próprio ponto de vista, resultando em
uma enorme dificuldade em objetivar-se.
A criança intuitiva não logra uma boa relação com o ponto de vista do outro por não ter o pensamento lógico que consiste na precisa capacidade de
corrigir os erros da percepção e, assim, superar suas “impressões” (“ainda que
as árvores pareçam mover-se quando estou no carro, é o carro que se move”). É a
idade dos PORQUÊS e "fogo".
1. Livros de histórias ou
"revistinhas" podem ser manuseados diretamente sem a dependência do
adulto. Se estimulado, concentra-se olhando as figuras longamente. Pode começar
a interessar-se pela leitura e a escrita, o que deve ser visto com naturalidade
sem qualquer pressão.
2. A criança inicia a escrita
escrevendo como imagina as palavras, algumas vezes usando símbolos próprios,
não convencionais. Mistura a representação escrita do objeto com o próprio
objeto e, assim, escreve, por exemplo, formiga com poucos
símbolos, “porque ela é pequena”, e elefante com muitas “por que
ele é grande”. Evolui para a representação por meio de letras e vogais, mas de
maneira casual e sem organicidade. Passa então a fazer correspondência entre
letras e sílabas, representando o ritmo da palavra (um símbolo para cada
sílaba). Por fim, representa os fonemas corretamente
3. Leve-a junto com você sempre que for
FAZER coisas (lavar um carro, consertar uma torneira, ver uma obra, limpar a
cozinha, cuidar do jardim, fazer compras etc.). A criança nesse estádio tem
grande interesse por todas as ações e torna-se assim um bom
"ajudante".
4. Aproveite momentos. Construa com ela
brinquedos de sucata, faça desenhos, abra um relógio velho ou um telefone para
ver o que tem dentro. Os brinquedos de construção devem ser particularmente
estimulados. Faça dobraduras, experiências etc.
5. Responda o “porquê", mas sempre
questionando. Faça seu filho pensar e dar sua opinião também. O pensamento
científico se constrói quando se reflete e opina. Faça experiências (ou deixe-a
fazer), desde simples misturas de sobras num restaurante até aquelas mais
estruturadas que podem surgir quando ela fizer uma pergunta. Seja um cientista
junto com sua criança. A curiosidade e o espírito científico são facilmente
destruídos nos sistemas tradicionais de ensino.
6. Discuta os preconceitos, leve-a a
partilhar os trabalhos domésticos, independentemente do sexo. Ensine-a como
lidar com o diferente. O racismo e todas as discriminações são proibidos por
lei. Ensine seu filho (a) a conviver socialmente. Não subestime os
comportamentos preconceituosos desta idade, pois é neste momento que os
preconceitos se constituem.
7. Assista a filmes ou outros programas
juntos e partilhe opiniões. Critique e elogie a televisão, mostrando que o que
ali está é questionável e não imutável.
8. Jogue com ela jogos populares como
"damas", "loto", "memória", "dominó" e
outros similares. Estabeleça seu tempo e imponha limites, pois ela pedirá
sempre mais.
9. Conte histórias completas, com início,
meio e fim. Pergunte sobre a história. Os livros podem ter menos figuras e pode
ser lido o texto que o livro traz.
10. Colecione alguma coisa (ou várias):
tampinhas, papel de bombom, chaveiro, postais etc. Aqui se origina o que serão
as coleções da criança entre os 07 e 12 anos (operações concretas).
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