sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

DIFICULDADES COM AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Dra Adriana Oliveira Lima

 

 INCLUSÃO COM RESPONSABILIDADE

Início de ano, período de matrículas nas escolas. Cresce assustadoramente o número de crianças com dificuldades de aprendizagem que buscam as pequenas escolas para atender seus filhos (interpretando e tratando a pequena escola com franca inferioridade). Parte expurgada pelas grandes escolas, parte carregados pelos pais de porta em porta na busca de uma solução que enquadre seus filhos na expectativa social vigente.
       


Vejamos algumas notas gerais sobre a questão:

1.     As dificuldades que aparecem neste contexto são frequentemente aquelas que não estão enquadradas nas síndromes ou transtornos catalogados com caracteres específicos. Caracteriza-se pelo baixo rendimento escolar e por sua inexplicabilidade, surpreendendo por não ter estruturas fisiológicas aparentes. Os diagnósticos são frequentemente obscuros.
2.     Frequentemente os pais dizem que o filho tem preguiça, não tem interesse, não gosta daquela área do conhecimento e também, muito frequentemente, os pais afirmam que a criança não apresenta nada em casa, ao contrário, ela é ótima em casa e só apresenta estas dificuldades na escola. Costumam construir um contexto explicativo que os ajudem na esperança de poder enquadrar a criança o mais brevemente possível ao igualitarismo social.
3.     Esta dificuldade de aceitação das diferenças da própria família, da visibilidade das ocorrências, tornam as explicações mais complexas e mais ainda por sua diversidade em grau e em causas. A não aceitação familiar acarreta) na colocação dos filhos em escolas distintas: os "normais" nas escolas tradicionais e os com problemas nas "escolinhas pequenas"... Não percebem o que está sendo dito para cada uma das crianças  com essa atitude para uma, a mensagem de inferioridade e para outra a de pressão de corresponder a este desejo incontido dos pais (de que? de ser perfeito, de ser o primeiro?)
4.     As dificuldades, sem identificação diagnóstica, não deixam por isso de existirem e aparecem de diversas formas: na percepção, na linguagem, na motricidade, na matemática, na lógica ou no foco de atenção. Esta diversidade pode ser ainda complicada por associações, as chamadas comorbidades. Algumas das características mais frequentes são distrações, dificuldade em seguir instruções, imaturidade social, dificuldade de concentração, inflexibilidade, falta de destreza (desajeitada), falta de controle dos impulsos...

 
No campo das CAUSAS são complexas e extensas:
Lesões cerebrais, Danos no decurso do parto, Danos adquiridos por febres ou convulsões
HEMISFÉRIO ESQUERDO: linguagem, leitura, escrita, lógica
HEMISFÉRIO DIREITO: tempo, esquema corporal, orientação espacial, memoria visual,
LOBO FRONTAL: comportamento, planejamento, julgamento, moderação das emoções, entender e completar tarefas.
Desequilíbrio químico: neurotransmissores TDAH  (como exemplo a ingestão de álcool).
Hereditariedade origem genética. Pode chagar a 80% os casos de reincidência familiar.

AMBIENTAIS: FAMILIA e meio em que vive. Vale o estímulo e a crença da família na capacidade da criança. Menor Pressão,  boa alimentação, bom sono, evitar o excesso de doenças, melhorar o nível de fala e vocabulário familiar, evitar o excesso de TV e o  estresse emocional (falta de dinheiro ou pressão sobre a criança) entre outros fatores familiares como perdas e mudanças  bruscas.

Na Escola vale a Competência na condução, trabalho com a auto estima, acompanhamento do bulling, oportunidades de expressão, aceitação, entre outros fatores educacionais.


 
A ESCOLA deve ter a responsabilidade de aceitar apenas as crianças pelas quais pode de fato fazer alguma coisa e que possa gerir um saudável processo inclusivo. A escola deve ter capacitações que ajudem os professores neste processo. A escola deve fazer os pais entenderem e estes devem auxiliar a escola neste processo. *Sabendo que o processo de encaminhamento é extremamente duro, pois:


O encaminhamento para a CLÍNICA
       a maioria é por encaminhamento da escola
       são em maior número na alfabetização, 6º ano e entrada no ensino médio, quando os pais visualizam mais concretamente que algo está acontecendo ou que a escola expurga.
       tendem a abandonar os tratamentos com relativa facilidade.
       quando a procura é dos pais quase sempre é  na tentativa de adaptar o filho à escola tradicional onde segundo eles estão todas as crianças normais.*

TENTEMOS FAZER MELHOR, ESCOLAS E FAMÍLIAS. INCLUSÃO COM RESPONSABILIDADE.

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