sábado, 20 de dezembro de 2014

Estrangeirismo, referendo de mentes colonizadas.



Estrangeirismo, referendo de mentes colonizadas.

Dra Adriana Oliveira Lima



Em minha tese de doutoramento no Reino Unido dediquei especial parte do texto a analisar a enorme dependência brasileira do estrangeiro para referendo de suas ideias. Uma autoestima baixa que cria uma relação umbilical entre um “espírito colonizado” e seus amados colonizadores (reais os fruto do desejo como o referendo soviético serviu às esquerdas e o americano aos liberais- de maneira bem ampla e genérica). Um exemplo banal e até engraçado pode ser visto no fato, por exemplo, de que o pãozinho no Ceará é chamado “carioquinha” e , no Rio de Janeiro, “francês”. Mas estamos falando de uma questão ampla, profunda, complexa que demandou muitas pesquisas para tentar compreender esta relação.
Dois artigos veiculados na imprensa brasileira neste final de 2014,  trás a baila esta questão. O primeiro, falando a pouca importância do ensino da letra cursiva e sua insignificância do ponto de vista cognitivo. Ora, desde os anos 70 que desenvolvemos trabalhos defendendo entre outras teses, o uso da letra bastão (ou de forma). Justificamos em pesquisas e fundamentamos em estudos da psicologia do desenvolvimento. Centenas de alunos que foram por nós educados estão brilhando em suas carreiras sem terem sido traumatizados pelos laços inadequados da letra cursiva, particularmente no momento da alfabetização.  Mas permanecem em maioria os pais que acreditam que a letra cursiva tem alguma significação o que trás consideráveis dificuldades pedagógicas.
O outro artigo fala da abolição das avaliações numéricas.
Enquanto a França tenta achar mecanismos avaliativos, a Alemanha, Dinamarca e outros países "desenvolvidos" já o fazem, no Brasil todo dia inventam uma avaliação nova. A crença de que seria possível controlar a eficácia da educação. A ideia de CONTROLE prepondera. No momento, como já pegaram as universidades e todo o ensino médio e fundamental querem agora avaliar a educação infantil. Nunca se avaliou tanto e o ensino foi de tão baixo nível.
Avaliem menos e eduquem mais. As posturas quantitativas (avaliação por notas numéricas) são particularmente adequadas aos jovens após os 12 anos  quando adentram as operações abstratas. As crianças até os 10 anos, por exemplo, sequer compreendem o processo de “média aritmética” ou outros mecanismos operatórios para aferição das notas.  O acumulo de resultados negativos ou a tensão de produzir resultados para os pais, pode marcar uma criança por toda a sua vida. Fiz particular estudos destes processos avaliativos em meu livro “Avaliação Escolar, julgamento ou construção¿”.

A esperança é que a revolução da informação em curso levem os brasileiros a compreenderem melhor os elementos qualitativos da educação e que o estrangeirismo nos sirva para o progresso da educação.  Se os pais poderem ler estes artigos talvez escolas melhores possam proliferar tomando o lugar do
lixo pedagógico que se firma sobre aprovação em exames como vestibulares,


Sobre a letra cursiva.


Sobre avaliação




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