sábado, 23 de fevereiro de 2013

VAMOS CUIDAR DA ESCOLA PÚBLICA


O privado, o público e o papel do ESTADO. 
Ora de aprender sobre democracia.
Dra. Adriana Oliveira Lima 


 


                       O final de um ano e o começo de outro é amargo para a educação. Os telejornais colocam o IPVA, o IPTU e as escolas no mesmo saco do abuso e do roubo, induzindo as famílias à tristeza ao despedirem-se de seus recursos natalinos em pagamentos amedrontadores. Um consultor, numa TV fechada, diz após o jornalista listar as contas de começo do ano (“IPTU, IPVA, Matricula de escola, material escolar...”), a seguinte frase: “sabendo que tem que pagar esta porcariada toda.” O anúncio de um banco propõe o parcelamento para por fim a esse “pesadelo” – e, pasmem, a escola é um deles!
                A questão histórica da educação não foi a destruição da escola privada, mas a construção de uma escola pública de qualidade. Nem sei se isso é possível, mas como educadora, jamais vi uma reação tão histérica contra a escola privada. Democracia significa a coexistência do privado e do público. Se tudo for público, o regime político tem outro nome, são as ditaduras.
                A Histeria pelo igualitarismo tem se tornado uma doença nos dias de hoje. Numa rede social alguém denuncia um assalto a um carro e é seguida por um comentário que pergunta qual era a marca do carro e ainda diz que a culpa é dos ricos, por terem carros de luxo enquanto outros passam fome...
                A escola privada está sujeita aos mercados e vale por sua capacidade de colocarem-se socialmente. Neste sentido, os tubarões são grandes e a luta é árdua. Quando o governo despende tanta energia em função da escola privada fico me perguntando que lógica é esta. A regulamentação não pode ultrapassar os currículos e programas e as condições de legalização. Daí para frente, que se submetam às ondas do mercado. O Estado deve cuidar das coisas do Estado, que já são muitas!
                É tanta regulamentação e agressão, que a escola privada parece ser empurrada para ser “pública” o que vale dizer, tornar-se medíocre. Que diabos de gana é essa sobre um mercado não-prioritário para os governos e que por si só se regularia?
                Existe muito que fazer no sistema público para se conseguir oferecer uma escola de qualidade como alguns países conseguiram (e são poucos, diga-se de passagem). Quando o governo sai histericamente regulamentando e enquanto os “consumidores” tratam a escola como um produto, o que conseguiremos obter mais rapidamente é a mediocrização da escola privada. Teremos, então, uma fabulosa igualdade, um nivelamento por baixo, fazendo o que pode produzir mais, produzir menos, para nos tornar uma imensa massa amorfa de baixa qualidade.
Não existe escola sem dinheiro. Não se produz conhecimento sem recurso, o que se produz na miséria é alternativa de sobrevivência. O material precisa ser tridimensional, precisa de cor; precisamos papel, tesouras... Precisamos muitas coisas.
                Sabem os consumidores o que ocorre sob a égide do estado policial? Um Estado que sai legislando sobre o privado para aplacar sua culpa de não oferecer um serviço com competência (a boa escola) acaba por legislar sobre o que não é de sua competência. Como não existe qualidade sem dinheiro, as escolas vão abandonando as práticas educativas. Tem escola onde a criança pinta com tinta apenas uma vez ao ano!!!! Tem escola que nem compra mais massa de modelar.
                Mínguam os recursos, míngua a pedagogia, míngua educação. Sem poder cobrar de seus clientes por conta da regulamentação excessiva do estado (como, por exemplo, a absurda proteção aos maus pagadores - inadimplência), a escola acaba com menos recursos pedagógicos e isso se traduz em menos materiais pedagógicos a serem utilizados pelas crianças. 

VAMOS CUIDAR  DA QUALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA, ISTO É URGENTE!!!!!!


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