sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

ANÍSIO TEIXEIRA - EDUCADORES – REVOLUÇÕES NA EDUCAÇÃO:


4- Anísio Spínola Teixeira (1900-1971).


"Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância...”.

Anísio Teixeira


Jurista, mas acima de tudo, um EDUCADOR. Sua importância na história da educação brasileira é incontestável. Foi líder no movimento dos Pioneiros da Educação Nova em 1932, em defesa do ensino público gratuito e laico. Esteve comprometido com o ideário da chamada “Escola Nova” (ou Escola Ativa). Defendia a primazia da ação inteligente sobre a mera memorização. Teve papel importante na política educacional da Bahia e do Rio de Janeiro.

Sua pós-graduação nos Estados Unidos (1927-28) pode ser reconhecida pela influência das idéias do filósofo americano John Dewey em seu pensamento. De volta ao Brasil traduziu para o português dois trabalhos de Dewey.

Anísio Teixeira presidiu a CAPES (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), diretamente subordinado à presidência da republica, mas deixou o cargo por ocasião da ditadura militar (golpe de 1964), quando o órgão passou a fazer parte do Ministério da educação. Foi um dos idealizadores da Universidade de Brasília, um projeto moderno de universidade. Lá, foi reitor até 1963, tendo sido afastado em 1964 pelo Governo Militar.

Principais idéias:

· Para Anísio, a escola eficaz seria de tempo integral.

· Ampliação do currículo tradicional para práticas ligadas à vida.

· Currículos montados pelos “centros de interesse” ou “unidades de trabalho”.

· Buscar construir alunos ativos no processo de ensino-aprendizagem.

· Treinamento de professores - essencial para transformação educacional.

Do ponto de vista mais amplo e político:

1. Universalização da nova escola, comum para todos, ou a chamada "escola única", integrando todas as posições sociais.

2. Escolas com o objetivo de "formar a inteligência, a vontade, o caráter, os hábitos de pensar, de agir e de conviver socialmente".

Para Anísio Teixeira a escola deve implicar uma experiência de vida, quase como uma “universidade infantil”. Deve-se “fazer” e “refletir” sobre o que é feito (ação e Tomada de consciência). Na Bahia ele desenvolveu uma experiência relevante, mas foi em Brasília que seu projeto teve um vulto mais amplo.

Visite outros sites para se aprofundar no tema:

Vale conferir os Projetos ARQUITETÔNICOS da escola parque em Brasília

http://www.bvanisioteixeira.ufba.br/livro6/inovacoes_at.html

O Mistério de sua Morte

Dois meses antes de sua morte, ele escreveu: "Por mais que busquemos aceitar a morte, ela nos chega sempre como algo de imprevisto e terrível, talvez devido seu caráter definitivo: a vida é permanente transição, interrompida por estes sobressaltos bruscos de morte". (numa carta a Fernando de Azevedo)

Depois de uma visita a Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, sobre seu ingresso na Academia de LETRAS, Anísio desapareceu. A família, informada de que teria sido preso, procurou os militares para saber seu paradeiro. Longa procura, informações contraditórias. Seu corpo foi finalmente encontrado no fosso do elevador do prédio do imortal Aurélio, dois dias após seu desaparecimento. Não havia qualquer sinal de queda, mas a versão oficial foi de “acidente”. Não havia qualquer hematoma. Desaparecia o grande intelectual na escuridão dos dias de ditadura militar em nosso país (14 de março de 1971).

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