Profª Drª Adriana Oliveira Lima
Este é apenas um mito sociológico. De fato, do ponto de
vista biológico poder-se-ia dizer que somos semelhantes, vez que possuímos as
mesmas estruturas básicas (os mesmos órgãos: coração, cérebro...), o mesmo
podendo-se dizer dos aspectos psicológicos (se pensarmos nas estruturas do
desenvolvimento). Entretanto somos absolutamente diferentes, tanto fisicamente
quanto, e principalmente, psicologicamente (emocional e cognitivamente).
Somos singulares. O igualitarismo pregado pelo
sociologismo não resulta uma verdade aplicável aos seres humanos. Nenhuma
sociedade humana dispensou as hierarquias nas construções sociais. Entretanto
nos acostumamos a achar que “somos iguais” e terminamos mesmo achando este, um
ideal humano.
Todo igualitarismo é uma redução, pois se um nível
inferior não é apto a igualar-se ao superior provoca a redução do superior ao
inferior, em outras palavras, todo nivelamento reduz o nível geral do grupo.
Nivela-se por baixo. Assim devemos aprender a distinguir o que significa
OPORTUNIDADES IGUAIS (direitos dos cidadãos) de um igualitarismo mediocrizante.
A educação, sendo um direito
igualitário, deveria ser a arte de distinguir, ser capaz de fazer prevalecer a
convivência das diferenças, promover as possibilidades de cada cidadão singular
e sua socialização no grupo social. Entretanto, ao contrário disso, nossa
educação procura a redução do indivíduo ao coletivo baixando o nível geral dos
indivíduos em processos de massificação.
As crianças são colocadas nas escolas tardiamente, são
superprotegidas, ou negligenciadas, educadas segundo uma subordinação da
inteligência ao desenvolvimento biológico (é mais importante comer que
desenvolver a inteligência e o espírito)... na suposição de que somos todos
iguais... Na vida adulta parecemos ser todos iguais (sic!). Não somos!
A inteligência mais desenvolvida pode significar empregos
melhores, relacionamentos melhores, criatividade maior, melhor articulação da
língua, melhor performance lógica... MUITAS pessoas (mesmo nas universidades!)
são incapazes de compreender um pensamento hipotético ou uma formulação
filosófica. Os pais, entretanto, creem poder preocupar-se com a inteligência
somente por volta dos sete anos(!) quando já se passaram os mais preciosos anos
para a formação das conexões cerebrais e a oportunidade das variações de
experiências.
A maioria das escolas, pelo seu lado, na mesma crença de
um igualitarismo, negligencia os primeiros anos da criança fazendo da escola um
lugar onde as prioridades são as mamadeiras e um brincar repetitivo, sem plano
pedagógico. As crianças são freqüentemente, tanto nas escolinhas como em casa,
apenas “tomadas de conta”, olhadas em um conjunto de ações repetidas, vez que
dependente da iniciativa da própria criança.
“O homem está sempre disposto a negar tudo aquilo que não compreende.”
(Pascal) |
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