sexta-feira, 18 de maio de 2012

NEUROCIÊNCIA- 3 AS REDES SOCIAIS Dra Adriana Oliveira Lima


Diana Tamir é estudante de graduação junto ao laboratório de neurociência de Harvard. Ela estuda questões sociais e afetivas e as respostas cerebrais.  Estuda as relações egocêntricas e auto referenciadas nas comunicações sociais.     
Recentemente publicou num jornal científico (PNAS) os resultados de pesquisas sobre redes sociais e o prazer da exposição individual. Nelas, Diana mostra que essa exposição aparece entre os estímulos cerebrais nos mesmos níveis da comida e do sexo.
Evidente que tal publicação espalhou-se por tudo que é jornal
(O POVO - Ceará
 Correio Brasiliense
O fato é que publicar pensamentos e opiniões, fotos ou piadas, revelando a si mesmo, é um prazer cerebral do mesmo nível da comida e do sexo.  
Falar sobre si próprio libera dopamina, substância química vinculada aos sentimentos de prazer ou à antecipação de uma recompensa.  Sabe-se que as pessoas despendem até 40% dos discursos falando de si. Nas redes sociais este índice chega a dobrar, alcançando cerca de 80%. Nesta pesquisa observou-se que falar de si podia ser trocado por ganhos menores (dinheiro oferecido) para obter forte resposta cerebral (nas áreas de prazer).
Foi o que mostrou a pesquisa de Tamir, usando tecnologia de ponta para escanear o cérebro e suas reações ao falarmos de nós mesmo com os outros. Pesquisa cujo propósito era verificar se esta exposição de si tem um valor intrínseco, isto é, se faz as pessoas se sentirem bem com isso e se o prazer de se expor atingia áreas iguais às da comida, sexo ou dinheiro.
Cerca de 300 pessoas participaram da pesquisa e algumas tinham que colocar suas opiniões sobre diversos temas enquanto eram monitoradas cerebralmente (ressonância magnética e outros recursos). Outros deviam cumprir tarefas em troca de dinheiro:
"When you look at the neural regions generally associated with rewards like money or sex or food, those same regions seemed to respond more robustly when people were engaging in self disclosure than when they were not," says Tamir.
O fato é que postar no “FacebooK” um pensamento, um sentimento, uma piada ou uma foto, é uma fonte de prazer. Precisamos apenas lembrar a dinâmica inversa: a necessidade de ter muitos amigos – a quantidade revelaria uma popularidade -, a necessidade de “ser visto” por meio do “curtir” ou dos “compartilhamentos”. A frustração da inexistência na rede pode existir. Mas estar nela é uma forma prazerosa de ampliar relações e partilhar experiências.
Afora isso os níveis de informação elevam-se substancialmente, de novos encontros e possibilidades. Precisamos apenas ver mais os outros, observar mais, participar mais.

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