terça-feira, 31 de março de 2009

BULLYING: O QUE É ISTO?

BULLYING

ADRIANA OLIVEIRA LIMA

Infelizmente não temos um termo em nossa língua que defina claramente o que é o BULLYING. Mas podemos indicar palavras que o descrevem tais como: colocar apelidos, humilhar, gozar, discriminar, intimidar, assediar, aterrorizar, chutar, empurrar, etc.. Em suma, são todas as formas agressivas, intencionais (sem motivação evidente) que crianças cometem contra colegas na escola. Esta violência pode ser física ou psicológica sendo esta última difícil de ser percebida pelos adultos que convivem com as crianças. Hoje pesquisas indicam que a cada dia mais de 250.000 crianças no mundo estão sofrendo algum tipo de BULLYING. A inocente brincadeira de antigamente virou agressão social...

Tem crescido o debate em todo o mundo sobre este fenômeno que levou estudantes a entrarem em escolas atirando nos colegas. O menino Samuel, em São Paulo, morreu por excesso de pancadas na cabeça decorrente de uma “brincadeira“ dos colegas. Este é um fenômeno não apenas mundial, mas que atinge todo tipo de escola, seja pública ou privada. Pais e professores devem estar atentos a este fenômeno, pois a intervenção dos pais ou da escola pode ajudar na superação deste comportamento e na proteção das crianças “perseguidas”. Mas grave ainda é que TODOS os envolvidos sofrem seqüelas deste comportamento.

As crianças que sofrem o BULLYING podem ficar marcadas para sempre, podem apresentar sentimentos depressivos ou podem tornar-se agressivos quando adultos, apresentando dificuldades de relacionamento. São crianças tristes, caladas e jovens que muitas vezes apresentam agressividade com a família, lugar que encontra para a “vingança”, o que faz os pais sequer suspeitarem de que sofre BULLYING na escola.

As crianças que cometem o BULLYING podem crescer com atitudes anti-sociais e mesmo tornar-se “delinqüente”, podem também tornarem-se depressivas (se são tomados por culpa mais tarde) e correm grande risco de contrariarem as regras sociais.A dificuldade de aceitar as regras e os limites sociais podem causar dificuldades de inserção profissional e afetiva na idade adulta.

Por fim, existem as “testemunhas”, aquelas crianças que não são vitima nem as que cometem o BULLYING, mas assistem quase sempre passivamente. Estas crescem, principalmente, com temor de tornarem-se sempre a próxima vítima. São crianças que por “não fazer nada” podem crescer inseguras e cheias de culpas e medos.

Em nosso dia a dia muitas vezes não percebemos que o simples “isolamento” de um colega na sala de aula já se enquadra no quadro de BULLYING e que as famílias e a escola devem agir desde cedo. Várias atitudes anti-sociais crescem em nossos dias e, sem percebermos, fazem parte dos nossos comportamentos, como: escolher os amigos que convidamos para nossas casas, centrar sempre nas mesmas crianças sem perceber que existem outras e reconhecer a riqueza que seria se nosso filho brincasse com todos os “tipos” de crianças de sua escola.

Fechar grupos sociais que não permitem a inclusão de novos membros e, até mesmo, discriminar por fatores religiosos, raciais ou econômicos são fatores de incentivo ao aparecimento do BULLYING no comportamento das crianças. Todos estes são gestos que precisam ser observados desde muito cedo e estar juntos família-escola no combate a todo tipo de BULLYING que possa aparecer em nossa vida social.

2 comentários:

Patricia disse...

Oi Adriana,
parabéns pela iniciativa vc vai decobrir que essa ferramenta é muito poderosa e educacional tb depende apenas de nós.
adorei o tema que vc comentou eu não conhecia este assunto, mas o meu interesse atual é sobre alfabetização, não sei se cabe aqui, mas vai minha pergunta: O que os pais podem fazer para ajudar seus filhos nesse lindo processo da alfabetização?
Bjinhos,
patrícia Marrocos

regina esteves disse...

Olá Adrianaaaaaaaaaaaa
Saudades...
Olha só, nesse semestre passado estudei muito a fundo esse assunto em função de uma disciplina chamada educação intercultural que tem muito haver com esse processo de imigração e de busca dos colonizados virem a busca de melhores oportunidades no pais dos seus colonos, mas vimos que a coisa vai mais além, ou seja, o Bullying ocorre na mesma independente das questões interculturais, mas tornou-se um padrão social muitas vezes fomentado na escola e pela escola...Acho a reflexão pertinente, mas penso que só uma nova concepção de escola para mudar ou melhorar as relações intergrupais...E claro, uma abordagem pedagógica que não deixe de lado essas questões...
Vou adicionar teu blog ao meu e depois adiciona a Karina que tá no Canadá, ela também tem o dela...Beijos