domingo, 4 de setembro de 2011
Sou feliz por ter abandonado a Universidade by Steve Jobs
Amigos,
Lendo o discurso de Steve Jobs na formatura de estudantes de Stanford, em 2005, achei tão importante suas mensagem em três atos que não me furtei ao trabalho de traduzir o texto para oferecer a vocês tão interessante leitura. Após todo meu trabalho de “tradutora” encontrei no YOUTUBE um vídeo. Mas acho que o texto é sempre melhor para refletir e pensar. Eis um presente a todos vocês.
Um abraço
Adriana
Sou feliz por ter abandonado a Universidade
by Steve Jobs
This is the text of the Commencement address by Steve Jobs,
CEO of Apple Computer and of Pixar Animation Studios,
delivered on June 12, 2005
Estou honrado em estar com vocês hoje em uma das mais importantes universidades do mundo. Eu nunca me graduei. Para dizer a verdade, isso é o mais próximo que eu cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje eu quero contar três histórias da minha vida. É isso. Não é uma grande coisa. Apenas três histórias.
A primeira história é sobre conectar pontos.
Eu deixei o Reed College após 6 meses, mas então fiquei por ali mais 18 meses antes de realmente desistir. Então por que eu saí?
Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me colocar para adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo foi acertado para que eu fosse adotado por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu nasci, eles decidiram que queriam uma menina. Assim meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma chamada no meio da noite perguntando: “Nós temos um inesperado bebê menino, vocês o querem?” Eles responderam: “Claro”. Minha mãe biológica descobriu mais tarde que minha mãe nunca tinha se graduado na universidade e que meu pai nunca tinha terminado a escola média. Ela se recusou a assinar os papeis finais da adoção. Ela só cedeu alguns meses mais tarde quando meus pais prometeram que eu iria para a universidade.
E 17 anos mais tarde eu fui para a universidade. Mas eu ingenuamente escolhi uma universidade que era quase tão cara quanto Stanford. E tudo que meus pais trabalhadores tinham juntado seria gasto em minhas taxas da universidade. Após 6 meses, eu não conseguia ver o valor disso. Eu não tinha ideia do que queria fazer com a minha vida e não tinha ideia de como a universidade iria me ajudar a descobrir. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda sua vida. Então eu decidi sair e acreditar que tudo daria certo. Isso era muito assustador naquele tempo, mas olhando para trás, foi uma das melhores decisões que tomei. No minuto em que saí eu pude abandonar as aulas obrigatórias que não me interessavam e passar a assistir as aulas que me pareciam interessantes.
Não foi tudo tão romântico. Eu não tinha quarto, então dormia no chão do quarto de amigos. Eu coletava latas de coca para vender por 5 centavos para comprar comida, Eu caminhava 11 quilômetros todo domingo à noite, atravessando a cidade, para conseguir uma boa refeição por semana no templo Hare-krishna. Eu amava isso. E muito do que eu descobri seguindo minha curiosidade e intuição mostrou-se de uma importância muito grande mais tarde. Deixe-me dar-lhes um exemplo:
O Reed College naquela época oferecia talvez a melhor instrução em caligrafia do país. Em todo o campus, cada pôster e cada gaveta eram escritos com uma linda caligrafia à mão. Como eu tinha desistido do curso regular, não precisava assistir as aulas regulares, então decidi assistir as aulas de caligrafia para aprender a fazer aquilo. Aprendi sobre os caracteres com e sem serifa; sobre como variar a quantidade de espaços entre as diferentes combinações de letras; sobre o que faz uma tipografia boa. Aquilo era lindo, histórico, artisticamente sutil de uma forma que a ciência jamais poderia capturar. E eu achava tudo aquilo fascinante.
Nada daquilo tinha qualquer esperança de aplicação prática em minha vida. Mas dez anos mais tarde, quando eu estava desenhando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou até mim. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com uma bela tipografia. Se eu nunca tivesse participado daquele curso livre na universidade, o Mac nunca teria tido múltiplas fontes com espaços proporcionais. E como o Windows apenas copiou o Mac, provavelmente nenhum computador pessoal as teria.
Se eu nunca tivesse abandonado o curso não teria entrado naquelas aulas de caligrafia e os computadores pessoais não teriam as fontes maravilhosas que eles hoje possuem. É claro que era impossível conectar esses fatos quando eu ainda estava na universidade. Mas é muito fácil conectá-los olhando para o passado, dez anos mais tarde.
Novamente, você não pode conectar pontos olhando para frente; você somente pode conectá-los olhando para trás. Você tem que acreditar que os pontos irão se conectar em algum lugar de sua vida no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – seu Deus, destino, vida, karma, ou qualquer outra coisa. Essa abordagem nunca me deixou para baixo e tem feito toda a diferença em minha vida.
Minha segunda história é sobre amor e perdas.
Eu tive a sorte de descobri o que eu amava fazer muito cedo em minha vida. Woz e eu iniciamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Nós trabalhamos duro e em dez anos a Apple tinha se transformado em uma empresa de $2 bilhões de dólares com mais de 4.000 empregados. Um ano antes tínhamos realizado nossa mais preciosa criação, o Macintosh, e tínhamos apenas completado 30 anos
E então eu fui demitido. Como você pode ser demitido da empresa que criou? Bem, com o crescimento da Apple contratamos uma pessoa que pensávamos ser muito talentosa para conduzir a empresa comigo. No primeiro ano as coisas foram muito bem, mas então nossas visões de futuro começaram a divergir e nós tivemos um desentendimento. Quando isso aconteceu, nossos diretores ficaram do lado dele. Assim, aos 30, eu estava fora. E com muita publicidade. O que havia sido o foco de toda a minha vida adulta foi-se e eu estava devastado.
Eu fiquei sem saber o que fazer por alguns meses. Eu sentia que tinha decepcionado toda uma geração de empreendedores – que tinha deixado o bastão cair no momento em que ele tinha sido passado para mim. Eu me encontrei com David Packard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter destruído tudo daquela maneira. Eu era um fracasso público, e até pensei em abandonar o vale (do silício). Mas lentamente eu percebi que eu ainda amava o que fazia. Eu tinha sido rejeitado, mas permanecia amando. Então eu decidi começar de novo.
Eu não via dessa forma então, mas ter sido demitido da Apple foi a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo. O peso de ser um sucesso foi substituído pelo de ser novamente um iniciante. Isto me deu liberdade para entrar em um dos períodos mais criativos de minha vida.
Durante os cinco anos seguintes eu comecei uma companhia chamada NeXT, uma outra com o nome Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornaria minha esposa. A Pixar realizou o primeiro filme de animação por computador, Toy Story, e se tornou o mais bem sucedido estúdio de animação no mundo. Em uma incrível guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu retornei à Apple e a tecnologia que eu tinha desenvolvido na NeXT é agora o coração do renascimento da Apple. E Laurene e eu construímos uma família maravilhosa juntos.
Eu estou absolutamente convencido que nada disso teria acontecido se eu não tivesse saído da Apple. Foi um remédio horrível, mas eu acho que precisava dele. Algumas vezes a vida acerta você com um tijolo. Não perca a fé. Eu estou convencido que só uma coisa me manteve no caminho: eu amava o que fazia. Você tem que encontrar o que ama. E isto é tão verdadeiro para o seu trabalho, quanto para seus amores. Seu trabalho ocupa uma grande parte de sua vida, e a única maneira de estar verdadeiramente satisfeito é fazendo o que você acredita ser um grande trabalho. E a única maneira de fazer um grande trabalho é amando o que você faz. Se você não achou isso ainda, continue procurando. Não sossegue. Como em todas as coisas do coração, você saberá quando encontrá-la. E como qualquer grande relacionamento, vai melhorando com o passar dos anos. Assim, continue buscando até encontrar. Não sossegue.
Minha terceira história é sobre a morte.
Quando eu tinha uns 17 anos li uma citação que dizia algo como: “Se você viver cada dia como se fosse o seu último, algum dia você, com certeza, estará certo”. Isso me causou uma grande impressão e, desde então, nos últimos 33 anos, eu me olho no espelho pela manhã e me pergunto: “se hoje fosse o último dia de minha vida eu gostaria de fazer o que vou fazer hoje?” E quando a resposta tiver sido “não” por muitos dias seguidos, eu sei que preciso mudar alguma coisa.
Lembrar que estarei morto em breve é a mais importante ferramenta que encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Porque quase tudo – expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou fracassar –desaparecem diante da morte, deixando apenas o que é verdadeiramente importante. Lembrar que você vai morrer é o melhor caminho que conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem alguma coisa a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.
Há cerca de um ano eu fui diagnosticado com câncer. Eram 7:30 da manhã e uma tomografia mostrava claramente um tumor em meu pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas. Os médicos disseram que se tratava de um tipo de câncer incurável e que eu não deveria esperar viver mais do que de três a seis meses. Meu médico me aconselhou a ir para casa colocar minhas coisas em ordem, que é o código dos médicos para dizerem que você vai morrer. Isto significa ter que dizer aos seus filhos em apenas alguns meses tudo aquilo que você imaginava ter os próximos 10 anos para dizê-las. Significa fazer suas despedidas.
Eu vivi com este diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biopsia, na qual eles colocam um endoscópio em minha garganta, através do estômago até o intestino, colocam uma agulha em meu pâncreas e coletaram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, me disse que quando os médicos viram as células no microscópio, começaram a chorar. Tratava-se de uma rara forma de câncer pancreático curável com cirurgia. Eu fiz a cirurgia e agora estou bem.
Foi o mais próximo que estive da morte, e espero que o seja por muitas décadas. Tendo vivido isto, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era apenas um conceito intelectual: Ninguém quer morrer. Até as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. Ainda assim, a morte é o destino que todos partilhamos. Ninguém jamais escapou dela. E é assim que deveria ser, pois a morte é a melhor invenção da vida. Ela é o agente de mudança da vida. Ela afasta o velho para dar lugar ao novo. Neste momento, vocês são o novo, mas algum dia, não tão longe de agora, vocês gradualmente se tornarão o velho e sairão do caminho. Perdoe-me ser tão dramático, mas isto é a inteira verdade.
O seu tempo é limitado, portanto não o desperdice vivendo a vida dos outros.
Não seja aprisionado pelo dogma – que é viver com os resultados do pensamento das outras pessoas.
Não deixe o barulho das opiniões dos outros abafarem sua voz interior.
E o mais importante, tenha coragem para seguir seu coração e sua intuição. Eles, de alguma forma, já sabem o que você verdadeiramente quer se tornar. Tudo o mais é secundário.
Quando eu era jovem havia uma fantástica publicação chamada The Whole Earth Catalog que era como a bíblia de minha geração. Ela foi criada por um cara chamado Stewart Brand, não longe daqui, em Menlo Park, e ele deu vida a ela com seu toque poético. Isto foi no final dos anos 1960, antes dos computadores pessoais e da editoração eletrônica. Tudo era feito com máquinas manuais de escrever, tesouras e câmaras polaróides. Era como se fosse o Google em brochura, 35 anos antes do Google aparecer: Era idealista, repleto de recursos elegantes e ideias brilhantes.
Stewart e sua equipe publicaram diversas edições do The Whole Earth Catalog e então, quando tinham completado sua missão, fizeram uma edição final. Isto foi em meados dos anos 1970 e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa desta edição havia uma fotografia de uma estradinha ao amanhecer, do tipo que você poderia pedir carona se fosse um aventureiro e embaixo dela haviam as palavras: "Stay Hungry. Stay Foolish.” (“mantenha-se faminto, mantenha-se tolo”). Era a mensagem deles de despedida, sua assinatura. E eu tenho desejado isto para mim mesmo. E agora, que vocês estão se graduando, eu desejo isto a vocês.
Muito obrigado.
August 26, 2011
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5 comentários:
Muito obrigada Adriana pela tradução. Realmente importante de se ler. Beijos Rosane
Excelente palavras que valem para como conselho de uma vida dedicada a sua paixão! Até hj nao me canso de ver este discurso e de tentar por em pratica diariamente!!! Abraços, bençãos e sucesso a todos!
Incrível! Obrigada.
Obrigada Adriana por seu desejo sincero de transmitir-nos ideéias e exemplos de vida que valem a pena
Não dá pra ser diferente. Muito obrigada pela tradução.O texto é formidável. Reflexivo. Educativo.
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