Chegando de viagem de férias me
deparo com a revista Época atrasada com uma entrevista com um pesquisador de
neurociência fazendo algumas inferência
sobre os processos de alfabetização. Me causa espanto como o processo
científico é deteriorado pelo apriorismo, ou seja, o ser contra um tal
construtivismo antecede a pesquisa e pode mudar a leitura dos resultados.
Sendo o pesquisador um leigo em
educação seus equívocos são cumulativos. Deveria se restringir aos achados
neurocientíficos. Mais ele não é sequer original no combate ao genericamente
chamado de construtivismo que tem sido alvo já batido na mídia que, de fato,
nunca coloca outro ponto de vista em contrapartida do debate.
Ao invés de estarmos voltados
para as questões afeitas a qualificação da educação brasileira, um estrondoso e
renitente fracasso, fica-se nesta discussão bizarra de uma metodologia que
sequer atingiu de fato a escola brasileira estruturada maciçamente sobre os
princípios mais mediocremente tradicionais. Escolas de decoreba, provas e
carteirinhas enfileiradas do século XVIII.
Ainda por cima esta é uma interpretação falsa de que qualquer tipo de
construtivismo tenha tido qualquer influência na educação brasileira. A
qualidade medíocre de nossa escola se deve aos métodos tradicionais que nada
ensinam, que superlotam de conteúdos as crianças e jovens, que idealizam uma
criança silenciosa e sem iniciativa...
Quando os métodos globais colocam
a palavra no começo, e nisso Paulo freire é sensacional, o que se quer é que o
processo de leitura seja algo que nasce da realidade cultural da criança, que
seja SIGNIFICATIVA para a criança e não algo que não tem qualquer relação com o
mundo do alfabetizando.
A sílaba é nossa unidade
linguística e ela é a composição de uma invariante (consoantes) com a s
variantes (vogais) e termina por ser definida foneticamente. A
A maturidade para a leitura é uma
conquista do processo de desenvolvimento e não um “!know how” apressada numa
idade que de nenhum valor será. O uso da leitura depende de um crescimento mais
geral do individuo e portanto não deve ser apressado, mais adequado as
características do desenvolvimento da criança, ocorrendo este processo entre o
6 e os 8 anos.
Por fim, se fossem os métodos
fonéticos (e nem sequer os avalio negativamente) fossem eficazes o Brasil seria
alfabetizado pois durante décadas este foi o método oficial em escolas públicas
e privadas exato nos tempos em que os índices de fracasso na alfabetização
chegavam a bizarras estatísticas de 80%. Quem não lembra do “Sonho de Talita” ou da “Casinha
Feliz”? ou seria o Pesadelo de Talita na casinha infeliz.......
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