O vestibular
O invencionismo na educação brasileira
Adriana Oliveira Lima
Que lástima ver a movimentação de um ministro em torno de um engodo nacional. Qualquer exame que suceda o vestibular cairá na mesma malha, a da desvalorização e intensa corrupção do ensino médio no Brasil.
Tudo em nosso país é folclórico. A Inclusão é uma ordem de entulhar crianças sem qualquer assistência, preparação técnica ou mesmo material; não é comprado sequer um material específico para as crianças com necessidades especiais... simplesmente se ordena que elas adentrem as salas de aula.
As cotas: não é precisa ir longe! Os absurdos já estão à tona, e o ridículo logo aparecerá, pois um país miscigenado não possui cor, possui apenas pobreza. Agora o governo quer arrecadar mais através do ENEM (seria esta a explicação?). Qualquer exame que suceda o vestibular fará brotar novos cursos preparatórios nos mesmos moldes, com o agravante de que se pegará a criança ainda mais jovem para submetê-la às barbaridades dos “decorebas” para preparação para exames.
A desmontagem do sistema corrupto do vestibular é muito mais séria que a vontade eleitoreira de um ministro sem história... já houve vestibular unificado, já houve tudo que o ministro vê como novidade e não deu certo... sabe por quê? Porque o âmago da questão é a estrutura educacional que profissionaliza no ensino superior, jogando todo o contingente de estudantes para as universidades; é também não acreditar em seu próprio sistema desqualificado de educação, impedindo que o aluno acumule pontos em sua vida acadêmica como ocorre nos Estados Unidos, por exemplo.
O fracasso de nossa educação é o resultado de burocratas arrogantes que ditam os currículos colocando no ensino médio uma quantidade de conteúdos que por sua impossibilidade lógica de se efetivar terminam por ser uma grande hipocrisia, onde o aluno aprende a passar em provas, uma vez que seria mesmo impossível aprender o conteúdo que se pretende ensinar.
Currículos e programas absurdos, conhecimentos desnecessários, escolaridades longas sem resultados práticos, universidades medíocres, incapazes de profissionalizar decentemente. Uma estrutura podre que demanda uma reforma mais profunda, mas sensata.
Não sabendo o que fazer, talvez o melhor seja deixar o vestibular como está e ir tratar dos processos de cotas mal resolvidas e da inclusão incompetente e mal sucedida.
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