domingo, 24 de março de 2013

LUGAR DE BEBÊ É NO CHÃO E CACHORRO NÃO USA SAPATO.


LUGAR DE BEBÊ É NO CHÃO E CACHORRO NÃO USA SAPATO.
 
Dra Adriana oliveira Lima


Um bebezinho de até 2 anos costumava ter fácil adaptação a creche-escola. Não tendo a Permanência do Objeto, facilmente trocavam de ambiente e, ao adquirir o objeto permanente, a evocação e a linguagem, já estavam no ambiente conhecido e cercado de pessoas conhecidas.
Nos tempos que vivemos os bebês choram mais facilmente. Mas param imediatamente se são colocados no colo. Param se são embalados. Sem tocar nos objetos, estranhando a areia, o chão e completamente desinteressados pelos objetos, os novos bebês apontam uma mudança na maneira de cuidar das crianças nos dias de hoje.
Andando nos parques encontramos cachorros passeando com sapatos (sim, com sapatos). Tornando seu caminhar inadequado, contra sua natureza. O fato é que as pessoas estão preocupadas com a “sujeira”, como se elas próprias não levassem a sujeira para dentro de casa.
Como os cachorrinhos, as crianças estão pulando o engatinhar para não colocar as mãos no chão... Acontece que tornar-se bípede (ficar de pé) é um processo de construção espaço temporal adquirida pela experiência. É um espetáculo acompanhar a criança virando-se, sentando-se e então erguendo-se, tornando-se um bípede homo sapiens.
Os pais, entretanto estão pulando etapas (alguns acham que o filho está adiantado, que isso é bom). São conexões neurônicas fundamentais no desenvolvimento da inteligência que não são feitas, são suprimidas. Agregam-se então as babás com os bebês no colo. Sim eles não choram, mas não descobrem o fascinante mundo das texturas, das temperaturas e dois objetos.
Bebês que não querem pegar objetos e não sabem ficar no chão. Estão acompanhados de paninhos, chupetas, colos e embalos. Assim, as creches passam a ser cada vez mais importantes para promover o desenvolvimento que é negado no recinto da casa.
As creches devem equipar-se de atividades tais que ofereçam aos bebês a reconstrução destas etapas perdidas.
Lugar de criança é no chão 
e cachorro não usa sapato.


sábado, 9 de março de 2013

VIAGEM da ALMA

 
Desculpem os que de mim esperam orientações pedagógicas. Neste fim de semana minha postagem é um escrito simples sobre alma, dor, fuga, mistério. Sobre VIAGEM.
Receita-se viagem como remédio para todos os males. Embora os males físicos possam usufruir dos bons ares,  essencialmente para os males da alma é que se indica uma boa viagem. Não há tristeza para qual as pessoas não aconselhem uma boa viagem.
A viagem, entretanto não é senão a resposta aos anseios da alma que precisa respirar novos ares para poder ampliar, estender, sua compreensão das aflições. Um fato é que tudo que perturba os entendimentos, que força uma repetição, que invade o coração, a mente, é abrupta e brutalmente suprimido tão logo o corpo toma a estrada.
No caminho ainda nos surpreendemos por nada mais esta ao alcance do fazer.  O corpo então vai aceitando a distância e a impotência e a mente, desvencilhada do fazer, se esvazia para outros e novos fazeres.
Às vezes achamos que algumas pessoas  vazias não diferenciam estar aqui do estar ali. Mas acabo por concluir que mesmo as mais rasas pessoas ainda colocam suas almas no avesso e usufruem deste sair dos corpos presos ao dia a dia e adentram a fantasia efêmera, mas necessária, desta liberdade, estranha liberdade, que uma simples viagem proporciona.
Não compre nada VIAJE!
Viajemos!
Ainda que os negativistas nos façam lembrar  que a dor não passa, que levamos conosco nossas alegrias e tristezas, é bom lembrar que o sono é a experiência do descanso merecido do corpo e da mente, provisório e rápido, mais quase sempre restaurador. Viajar é sonhar acordado.
Sonhemos acordados.
Viajemos!
Adriana Oliveira Lima