quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O CONSTRUTIVISMO CONTRAATACA

Dra Adriana Oliveira Lima



Chegando de viagem de férias me deparo com a revista Época atrasada com uma entrevista com um pesquisador de neurociência  fazendo algumas inferência sobre os processos de alfabetização. Me causa espanto como o processo científico é deteriorado pelo apriorismo, ou seja, o ser contra um tal construtivismo antecede a pesquisa e pode mudar a leitura dos resultados.
Sendo o pesquisador um leigo em educação seus equívocos são cumulativos. Deveria se restringir aos achados neurocientíficos. Mais ele não é sequer original no combate ao genericamente chamado de construtivismo que tem sido alvo já batido na mídia que, de fato, nunca coloca outro ponto de vista em contrapartida do debate.
Ao invés de estarmos voltados para as questões afeitas a qualificação da educação brasileira, um estrondoso e renitente fracasso, fica-se nesta discussão bizarra de uma metodologia que sequer atingiu de fato a escola brasileira estruturada maciçamente sobre os princípios mais mediocremente tradicionais. Escolas de decoreba, provas e carteirinhas enfileiradas do século XVIII.
Ainda por cima esta é uma  interpretação falsa de que qualquer tipo de construtivismo tenha tido qualquer influência na educação brasileira. A qualidade medíocre de nossa escola se deve aos métodos tradicionais que nada ensinam, que superlotam de conteúdos as crianças e jovens, que idealizam uma criança silenciosa e  sem iniciativa...
Quando os métodos globais colocam a palavra no começo, e nisso Paulo freire é sensacional, o que se quer é que o processo de leitura seja algo que nasce da realidade cultural da criança, que seja SIGNIFICATIVA para a criança e não algo que não tem qualquer relação com o mundo do alfabetizando.
A sílaba é nossa unidade linguística e ela é a composição de uma invariante (consoantes) com a s variantes (vogais) e termina por ser definida foneticamente. A
A maturidade para a leitura é uma conquista do processo de desenvolvimento e não um “!know how” apressada numa idade que de nenhum valor será. O uso da leitura depende de um crescimento mais geral do individuo e portanto não deve ser apressado, mais adequado as características do desenvolvimento da criança, ocorrendo este processo entre o 6 e os 8 anos.
Por fim, se fossem os métodos fonéticos (e nem sequer os avalio negativamente) fossem eficazes o Brasil seria alfabetizado pois durante décadas este foi o método oficial em escolas públicas e privadas exato nos tempos em que os índices de fracasso na alfabetização chegavam a bizarras estatísticas de 80%.  Quem não lembra do “Sonho de Talita” ou da “Casinha Feliz”? ou seria o Pesadelo de Talita na casinha infeliz.......