sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Tornar-se humano... MENINOS LOBO.

Dra. Adriana Oliveira Lima

Os resultados do convívio social, por meio das imitações, são fundamentais no desenvolvimento humano, seja no campo da linguagem, dos comportamentos físicos (características humanas) ou sociais (vivência em grupo por observância das regras). Se tomarmos como referência os achados e estudos sobre as crianças abandonadas que foram “cuidadas” por animais, podemos ter uma visão clara destas conquistas sociais.

Entre muitos relatos de resgates e reabilitação de crianças selvagens, podemos citar: Jean de Liége, o menino-urso da Lituânia; Hesse, o menino-lobo; o menino-carneiro irlandês; o menino-bezerro de Bamberg; a garota de Kranenburg, dois jovens dos Pirineus; Peter, o Selvagem, de Hanover e a menina selvagem de Champagne.

Era comum assumir que essas crianças teriam sido abandonadas por serem portadoras de deficiências mentais, devido a incapacidade das mesmas em adquirir a linguagem ou em se integrarem socialmente.

Entretanto, o fato é que muitos foram afastados dos pais por acaso, perderam-se, fugiram ou sobreviveram a guerras, tendo sido “adotados” por animais. Carl Linneus, biólogo, introduziu o conceito de Homo ferus em 1758, caracterizado pela ausência de linguagem, quadrupedia (condição de quadrúpede) e hirsutia (abundância de pêlos).

Os relatos de crianças deste tipo e as investigações conduzidas sobre elas são inúmeras e interessantes. Basta buscar na Internete e se encontrará vasta literatura sobre o assunto. Também imperdível é o filme de Françoise Trufault, “Victor de Aveyron” (A criança Selvagem). Sobre o confinamento, vale conferir “O Enigma de Kaspar Hauser”.

Para nós educadores e pais, vale uma especial atenção aos fatores imitativos da educação e da imposição das regras sociais. A primeira conseqüência da falta de intervenção na educação é o crescimento do egocentrismo, seguido por comportamentos nitidamente antissociais.

A Fala, por exemplo, depende exclusivamente da imitação. Um vocabulário rico e adequado depende da imersão da criança num contexto rico verbalmente e propício ao seu exercício de fala (escolas mais participativas). A riqueza de experiências e a organização das relações interindividuais, são fundamentais para o desenvolvimento social da criança.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

UMA VEZ MAIS O ENEM


Uma verdadeira guerra está sendo travada. É denuncia aqui, recurso ali, fraude acolá. O fato é que as escolas cearenses ODEIAM o ENEM. Elas têm que mudar, elas têm que abandonar o período JURÁSSICO em que vivem e adentrar a modernidade (e não falamos de tecnologia, este “pó de arroz” que mascara os dinossauros).

A virulência com que atacam o ENEM chega a ser absurda. Deve haver advogados de plantão para encontrar brechas que permitam derrubá-lo. Desejam as velhas provas de vestibular que lhes permitem prosseguir na mentira.

Todas as escolas cearenses passam nos mesmos vestibulares. Ficamos confusos com tantos outdoors contando as façanhas de cada uma delas e terminamos sem saber quem passa em quê.

Que esta guerra da mediocridade, que teme exames para os quais não sabe trabalhar, seja derrotada pelo bem maior da educação deste país. O velho Lauro Oliveira Lima, hoje com seus 90 anos de sabedoria, sempre dizia que não importam os exames, importa o ensino. Quem sabe, sabe, não existe saber mais ou menos. Qualquer exame é exame e o ENEM é apenas mais um.