domingo, 26 de setembro de 2010

A Criança e a Sociedade de Consumo


Não percam. Este video mostra como as crianças estão sendo forçadas a performances precoces em função da venda de produtos.
Após o video uma debate com a Profa. Inês Vitorino

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Filme: A CRIANÇA


Direção: Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne

Elenco: Jérémie Renier (Bruno), Déborah François (Sonia),

Sonia tem 18 anos e é casada com Bruno, de 23. O jovem casal vive de subsídios do governo e de pequenos roubos. Quando Sonia descobre que está grávida Bruno entra em desespero e sugere a venda do bebê.
Jovens de 18(ela) e 23 (ele) anos vivem as custas de subsídios governamentais e pequenos delitos. Sonia esta grávida e Bruno tem dificuldade de aceitar esta nova ordem na relação e vende o filho na primeira oportunidade.
Diante do desespero da namorada, explica que os dois “poderiam fazer um outro” a qualquer momento. Sonia entra em colapso e o denuncia à polícia. Não resta outra alternativa ao rapaz senão recuperar o bebê. E assim o faz.
"A CRIANÇA" do título não é, certamente, o bebê. O bebê consiste apenas no moto do filme e das questões discutidas. O filme se movimenta em torno do bebê, mas a criança são seus pais. O Bebê é uma mercadoria que pode ser fabricada e não vale mais que a motocicleta ou o seu carrinho.
Extremamente atual o filme não faz julgamentos morais, não trata de crime e castigo. De fato trata de possibilidades do mundo atual, de inconsequência comportamental, imaturidade e incapacidade de ajuste social pela prevalência do desejo sobre a regra.

sábado, 4 de setembro de 2010

PAIDEIA DESVAIRADA Antonio Valente


É uma alegria apresentar meu grande amigo Antonio Valente que me mandou este artigo que ora publico. Trabalhamos juntos por muitos anos. Antonio é professor da UFMG, tem diversos artigos publicados. Comente. Dê sua opinião sobre este momento que vivemos.
Se quiser falar direto com o Antonio: antonio__valente@hotmail.com




Edouard Claparéd perguntou certa vez, e ele próprio respondeu, por que a Pedagogia não sofria as transformações necessárias e possíveis como produto de avanços da pesquisa científica, a exemplo de outras áreas do conhecimento: é por que a educação sempre foi o apanágio de políticos e religiosos. E concluía, com ironia: Por certo, não foi Luiz XIV quem derrubou a Bastilha nem o Papa quem promoveu a Reforma.

Cito de memória, já que me desfiz há muito tempo da minha biblioteca pedagógica, evadido que sou dessa área, embora, certamente, permaneça dentro do sistema, já que, se os alunos evadidos são parte dele, por que não também os professores.

Sempre me recordo dessa citação em época de campanha eleitoral. A época em que todo político declara a prioridade que dará a educação durante o seu mandato. A cada declaração dessas – e são muitas! – sinto um arrepio, mas nada mais que isso, nada mais que incomode a minha prudente indiferença. Sinto pena é daqueles que estão na labuta diária e que terão que aturar mais uma avalanche de idéias geniais e mirabolantes interferindo no seu trabalho.

A propósito, por que será que nunca vi nenhum político dos Estados Unidos ou da Europa, incluir problemas educacionais em suas plataformas de campanha? Pode até ser que algum vereador (ou equivalente lá deles) ou prefeito incluam alguma medidazinha nesta área. Mais governadores e até presidentes da república (ou Primeiros Ministros)? Ou eles ou nós, alguém, está muito atrasado nesta área, é o que concluo.

A grande novidade aqui no Rio de Janeiro, e parece que também em São Paulo, é o candidato declarar que acabará com a “promoção automática” nas escolas públicas. Logo, supõem-se que professores e pais de alunos – a sociedade, de um modo geral – estão insatisfeitos com a tal promoção a ser revogada.

Também com um título desses: “promoção automática”! Como é que se pode premiar alguém automáticamente, independentemente do seu mérito. Isso é, verdadeiramente, um escândalo!

A discussão toda, como se vê, é um verdadeiro samba-do-crioulo-doido nessa geléia geral em que patina a educação brasileira.

O engraçado é que me lembro de uma discussão deste assunto num artigo de Anísio Teixeira (não me peçam referências, pelas razões expostas acima). Argumentava o grande educador, que a educação básica (por isso seria básica) é uma educação para todos, universal, e que, portanto, não fazia nenhum sentido reprovar alguém, pelo menos, neste ciclo. Todos, indistintamente, deveriam recebe-la, de maneira igualitária.

Pois foi esta reflexão que transformaram em “promoção automática”. Não sei se é para rir ou para chorar. E, diga-se de passagem, uma medida que os políticos da época abraçaram com entusiasmo, no afã de apresentar novidades em seus mandatos, o mesmo entusiasmo e com as mesmas intenções com que agora anunciam a sua revogação.

Na época em que Anísio Teixeira escreveu, ou, talvez, alguns anos depois, o sistema educacional do Rio de Janeiro reprovava cerca de 50% dos alunos no primeiro ano da escola, então chamada, primária. O outro “gargalo” era na quinta série. Ou seja, metade das crianças – criancinhas de sete anos de idade! – que pela primeira vez, animadas e sorridentes com seus caderninhos e uniformes imaculados, buscavam a escola, eram impiedosamente reprovadas e tinham que “repetir” o ano, iniciando aí uma via crucis de “repetições” repetidas, até serem atiradas ao limbo educacional, frustradas e, naturalmente, analfabetas.

Agora, já que tudo que se compreendeu das reflexões liberais de Anísio Teixeira, foi traduzido no termo “aprovação automática”, e que, políticos como os nossos não estão absolutamente interessados em sugestões trabalhosas, em reformas profundas, coisas que gastam muito e levam algum tempo para serem realizadas, mas tão somente numa palavra de ordem simples que traduza o desejo imediato do eleitorado, e, sobretudo, que possa ser anunciada na brevidade do horário eleitoral da TV (isso os executivos, porque os legislativos preferem outro esporte, o de empanturrar os currículos escolares com matérias esdrúxulas, ao sabor da moda) revoga-se a indesejada medida e, supõe-se, volta-se ao que era antes.

Ao que era antes, sempre e até quando.

Podemos certamente esperar mais uma grande leva de meninos e meninas andrajosos, sujos, analfabetos e violentos, circulando – desorientados, desprotegidos e ignorados – pelos morros, palafitas e ruas da cidade, apenas porque não souberam responder em uma prova quais são os afluentes da margem esquerda do rio Amazonas. Ou coisa parecida.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010



Billy Elliot (Jamie Bell) um garoto de 11 anos que vive numa pequena cidade da Inglaterra, onde o principal meio de sustento são as minas da cidade. Obrigado pelo pai a treinar boxe, Billy fica fascinado com a magia do balé, ao qual tem contato através de aulas de dança clássica que são realizadas na mesma academia onde pratica boxe. Incentivado pela professora de balé (Julie Walters), que vê em Billy um talento nato para a dança, ele resolve então pendurar as luvas de boxe e se dedicar de corpo e alma dança, mesmo tendo que enfrentar a contrariedade de seu irmão e seu pai sua nova atividade.
Um filme para discutir as diferenças, os preconceitos. A divisão das "!profissões" por sexo - isso é de menino, isso é de menina.
O filme é sensível, apaixonante. Bom para pais, professores e para instrumento de discussão com os adolescente.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

OS VIDEOGAMES, A TV E OS COMPUTADORES. O QUE FAZER? Parte 2


Estes recursos são fundamentalmente unilaterais, ainda que se diga que são interativos. Interação é um termo complexo que implica múltiplas influências, desafiadoras, transformadoras do sujeito e do objeto e, assim sendo, estas máquinas estão longe de apresentar atividade interativas.

A visão de interatividade atribuída aos joguinhos é ainda bastante primitiva e ligada a idéia de estimulo-resposta. Para provar esta pobreza de relação entre o sujeito e a máquina veja-se como facilmente as crianças vencem os objetivos, e os jogos tornam-se “ bobos” ou enfadonhos.

Evidente que não se quer dizer que seja ruim de todo a TV, os computadores e os vídeos games, pois estes fazem parte da vida moderna. Entretanto, e é o que queremos demarcar, é necessário contrabalançar esta “compulsão” moderna com outras atividades e outros jogos que impliquem as relações complexas que se fazem entre seres humanos. Deve-se, pois limitar o tempo de uso destes equipamentos e, diversificando as atividades das crianças, ter-se-á desenvolvida a inteligência em sua amplitude máxima e dinâmica.

Jogos clássicos de trilhas, gamão, xadrez... os insubstituíveis blocos de construção, carrinhos, bonecos e outros brinquedos capazes de desenvolver livremente o pensamento simbólico, jogos de grande espaço, como bandeira, pique, caça ao tesouro... Cantar, tocar um instrumento, aprender uma dança, uma língua estrangeira... Praticar um esporte... É enorme a diversidade de atividades que podem preencher a vida de uma criança. O que torna bastante limitado, e terrivelmente pobre, ao seu desenvolvimento é deixá-la horas a fio em frente à máquinas tão pouco inteligentes.