sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Invictus" William Ernest Henley


I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

"Invictus"

William Ernest Henley

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.




WIKIPEDIA: "Invictus" é um pequeno poema vitoriano de autoria do poeta inglês William Ernest Henley (1849–1903). Ele foi escrito em 1875 e inicialmente publicado em 1888[1] no Book of Verses de Henley, no qual ele era o quarto de uma série de poemas intitulados Life and Death (Echoes)
Era o poema que Mandela recitava para os demais prisioneiros em Robben Island para dar força a eles.

"Invictus" William Ernest Henley

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Minha Vida em Cor de Rosa



“Minha Vida em Cor-de-Rosa” (Ma vie en Rose, 1997). O filme dirigido por Alain Berliner conta brevemente a história de Ludovic, um menino de sete anos que tem certeza de ter nascido no corpo errado. Ele sabe que tudo de que gosta é diferente do que gosta um menino (roupas ou jogos). O filme não apresenta soluções ou verdades, apenas discuste com carinho a compreensão entre pais e filhos em uma sociedade que tem dificuldades para aceitar o que não é padronizado, controlado e modelado.
No início é cômodo para todos encararem a situação como uma brincadeira que há de passar; mas o tempo passa e Ludovic apenas aprofunda seus desejos e busca suas respostas (ajudado pela irmã mais velha) Não há conversas de pai-filho ou mãe-filho, não se discute os sentimentos de Ludovic.
Instrumentos importantes para uma discussão sobre a questão das pressões sociais sobre aqueles que não se encaixam num corpo/padrão pré-definido e aceito, podem ser encontrados no filme.
A inocência de Ludovic e sua busca para desvendar a si mesmo faz deste filme um valioso instrumento para os pais, professores e mesmo para os adolescentes nas discussões sobre a sexualidade.


Minha Vida em Cor-de-Rosa
Título Original: Ma Vie en Rose
País de Origem: Bélgica/França/Inglaterra
Ano: 1997
Duração: 110min
Diretor: Alain Berliner
Elenco: Michele Laroque, Georges Du Fresne e Jean-Philippe Ecoffey

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Escola, Poder e Disciplina Michel Foucault e a construção dos paradigmas escolares

Dra. Adriana Oliveira Lima (não deixe de citar esta fonte)

Ao acessar esta página, torne-se seguidor e sugira temas em Foucault que gostaria de saber e discutir.
Este texto teve por objetivo fazer avançar as discussões relativas ao poder e a escola que foram por nós introduzidas nos estudos dos processos de avaliação (Lima, 1992). Este estudo que iniciou como um estudo dos processos de avaliação mostrou-se bastante útil para a compreensão de como se constituem os fundamentos da educação de modelo tradicional, quais seus objetivos e como se sustenta no contexto da evolução social.

Após estudos paralelos, eminentemente filosóficos, onde discutíamos a origem e a função dos intelectuais terminamos por descobrir uma fonte rica de respostas sobre a origem das disciplinas (moral, regras, valores) escolares e suas funções na educação. Passamos então a fazer um estudo mais detalhado de Michel Foucault naquilo que pudesse explicar a escola e suas "tradições".

Assim, pretendemos aqui desvendar a escola por meio dos estudos de Michel Foucault sobre a origem e o sentido de dispositivos tão cotidianos da escola, como os enfileiramentos das carteiras, as chamadas, as seriações e classificações, o controle dos espaços e do tempo. Este texto visa ajudar na reflexão sobre os aspectos organizacionais da escola tradicional e sua sobrevivência nos dias de hoje como a casca da cobra deixada para trás... oca, vazia...

I - A descoberta do corpo e a instituição da docilidade e obediência


Algumas pesquisas já mostraram a relação negativa entre a escola e a criança/adolescente, mas bastaria a realidade empírica de convivência entre pais e filhos para provar o quanto crianças e jovens não gostam da escola.
Qualquer motivo é razão para não ir para a escola... No aniversário um dos presentes é poder faltar a aula.

Numa era complexa de tecnologia e informação, nos perguntamos como esta instituição chamada escola sobrevive sem qualquer transformação de seu modelo primitivo (escola tradicional - autoridade e disciplina)? No âmbito sociológico é comum explicar este fenômeno através do que se chamou “mecanismos de controle social”, ou mais precisamente, na linguagem de Althusser "aparelho ideológico do Estado" que fazem funcionar um ciclo reprodutivo no âmbito macro-estrutural. Em outras palavras, a escola funciona como um mecanismo para garantir a reprodução das condições de dominação social.

Entretanto este mecanismo de controle social não explica a sobrevivência do cotidiano da escola no que diz respeito a realização pedagógica (aprendizagem) assim como o conjunto de suas normas internas que continuam sendo executadas ainda que não tenham mais o sentido social que um dia tiveram! Os sistemas disciplinares da escola permanecem respondendo a uma época que já passou e não respondem as demandas das sociedades modernas.

Neste sentido é que buscamos os elementos intra-escolares, suas teias microssociológicas, seu funcionamento para, neste contexto, entender-lhe os mecanismos de sustentação e sobrevivência. Os mecanismos disciplinares constituem um dos parceiros nesta microssociologia que garante a reprodução, entre outras, do próprio poder disciplinar, fazendo os pais crerem que a escola é necessária para subordinar e adestrar a criança e o jovem a um sistema de submissão que controla e garante esta reprodução contínua do poder nas sociedades. As disciplinas, no âmbito da escola, são os mecanismos mais concretos da reprodução social.

Michel Foucault, em “Vigiar e Punir”, estuda os mecanismos da Disciplina em sua capilaridade, ou seja, o poder exercido sobre os corpos. Neste sentido, pode ser esclarecedor para a escola compreender as técnicas e mecanismos disciplinares que organizam o sistema poder-submissão em sua versão micro, do dia a dia, do corpo a corpo.

“... houve, durante a época clássica , uma descoberta do corpo como objeto e alvo de poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo - ao corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece, responde, se torna hábil ou cujas forças se multiplicam”.

O poder em todas as sociedades, segundo Foucault, está fundamentalmente ligado ao corpo uma vez que é sobre ele que se impõem as obrigações, as limitações e as proibições. É, pois, na “redução materialista da alma e numa teoria geral do adestramento” que se instala e reina a noção de docilidade. É dócil o corpo que pode ser submetido, utilizado, transformado, aperfeiçoado em função do poder.

Os estudos de Michel Foucault mostram estes mecanismos capilares de poder que têm sua origem nos séculos XVII e XVIII. Estes mecanismos aparecem com a descoberta do corpo como objeto de arte, e o renascimento será o símbolo máximo desta descoberta, assim como do estudo do corpo enquanto anatomia e medicina . Foucault mostrará que houve também a descoberta do corpo como objeto transformável em eficiência e alvo de controle e produtividade. E este momento foi o que Foucault chamou de "momento das disciplinas" que consistia num conjunto de dispositivos de controle sobre os indivíduos. Desde então, tem-se apenas variado as técnicas e os dispositivos de submissão e controle sobre os corpos.

O que Foucault desvendou, descreveu e detalhou no estudo das prisões, hospícios, quartéis e escolas toma forma social e amplia-se em uma sofisticada e sutil tecnologia de submissão dos corpos, onde o tempo e o espaço são controlados por minuciosos dispositivos (controle dos movimentos, gestos, rapidez, tempo, manobras) e a vigilância aliada ao saber fecha um circuito de poder microssociológico. Este poder que se exerce sobre o corpo é ininterrupto (contínuo) chegando mesmo a instalar-se como coerção interna (introjeção dos mecanismos de autocoerção) e suas tecnologias (dispositivos) alcançam este feito através do que Foucault chamou DISCIPLINA, isto é, aquilo que conduz os corpos à relação docilidade-utilidade.

Os estudos de Foucault contribuem sobremaneira para a compreensão da evolução da idéia de "obediência", tão importante na escola, que teve origem neste momento em que se descobriu e se organizou o poder sobre os corpos e que em sua evolução constitui o imaginário das sociedades modernas. Este imaginário consiste de complexos mecanismos simbólicos (crenças, valores) que induzem comportamentos tanto individuais quanto coletivos não sendo, quase sempre, conscientes. A obediência está de tal forma introjetada nos indivíduos que a confissão aparece como parceira indissolúvel permitindo aos indivíduos o alívio necessário para manutenção da integridade física ou mental.

Mas, retomando nosso tema, como se deu a construção desta obediência no processo histórico? Na domesticidade escrava pode-se dizer que a obediência se inscrevia (inscreve-se) no controle sobre a operação do corpo, isto é, sobre as ações do corpo em função dos resultados produtivos, e a punição é o regulador da obediência. Na vassalagem, a obtenção do controle se fazia pela produção, isto é, o que importava era o resultado do 'trabalho dos corpos' e era nesta produção que se instalava o controle que, assim, não era direto sobre os corpos. De um outro ponto de vista, ainda medieval e constituindo um modelo próprio que se reproduz socialmente sob a inspiração dos modelos religiosos a obediência tem lugar e pode realizar-se, também, por meio da renúncia, ("renúncia monástica").

Ao contrário deste processo histórico, é na modernidade que Foucault vai encontrar a construção desta maquinaria de poder através do controle dos corpos e que ele chamou de anatomia política, isto é, o corpo para fazer não o que se quer, mas para operar como se quer. É a tecnologia da disciplina fabricando os corpos submissos pelo controle dos gestos, do tempo, dos espaços, das estratégias... É o aparecimento de uma nova dimensão do poder, do controle.

Esta anatomia política desenha-se aos poucos até alcançar um método geral "que está em funcionamento nos colégios, muito cedo; mais tarde nas escolas primárias; investiram lentamente o espaço hospitalar; e em algumas dezenas de anos, reestruturaram a organização militar”. A disciplina que Foucault mostrará é, pois, uma política do detalhe e é desta forma que se desenha uma microfísica do poder que vem evoluindo em técnicas cada vez mais sutis, sofisticadas, com aparente inocência, tomando o corpo social em sua quase totalidade. É assim, pois, no contexto disciplinar dos regulamentos minuciosos, do olhar das inspeções que o controle sobre o corpo toma forma nas escolas, quartéis, etc., esta é a microfísica do poder, a que nos dedicaremos a detalhar um pouco mais.

II - Disciplina e a arte das distribuições

É preciso agora esmiuçar esta tecnologia disciplinar em seus diferentes componentes para estudar-lhe como esta se insere na escola. Em primeiro lugar analisemos a organização e controle do "espaço", isto é, o quadriculamento celular dos espaços, onde perdura a idéia do enclausuramento na organização física e que se expressa por: “Cada indivíduo em seu lugar e, em cada lugar, um indivíduo”. A organização do espaço vai evitar as distribuições por grupos e decompor todas as aparições coletivas. A circulação difusa, sem grupamentos, permite saber onde e como encontrar os indivíduos. Preservar apenas as comunicações úteis (sic!) e interromper todas as demais. Este é um espaço analítico onde o quadriculamento permite a vigilância contínua e de conjunto, uma vez que o todo não se decompõe em grupos, mas em movimentos coletivos vigiados. Veja a marcha de alunos, soldados...

É a disposição dos corpos no espaço que permite o OLHAR, isto é, a vigilância. Assim é que encontramos nas escolas minuciosa organização dos espaços onde, por exemplo, os corredores entre carteiras que permitem o movimento contínuo, ainda que ele não se dê. As seriações são feitas distribuindo os corpos em carteiras por idade, conhecimento ou comportamento, colocando o indivíduo, assim, em espaços definidos por sua localização na série. Esta arquitetura funcional e hierárquica é mantida por esta disciplina organizada em “celas”, “fileiras” ou “lugares”.

Este modelo de disciplina dos espaços introjeta-se nos corpos e esta introjeção ganha prolongamento social que se expressa nas ações dos corpos, na vida cotidiana, produzindo as “arrumações” de todos os espaços que, em última instância define-se pelo poder pela visibilidade. A subordinação à vigilância contínua é reproduzida pela coerção interna do indivíduo, isto é, o próprio indivíduo coloca-se no espaço possível de vigilância, que é o lugar da submissão e reproduz esta distribuição sem que seja necessário, de fato, ser vigiado.

Em segundo lugar a "disciplina" organiza o tempo que consiste no controle e regulamentação sobre os ciclos da repetição. O ritmo em que é exercida a atividade torna-se mais importante que os horários propriamente ditos. Este ritmo da ação é imposto de fora sobre os corpos: “À última pancada do relógio, um aluno baterá o sino e, ao primeiro toque, os alunos se porão de joelhos, com os braços cruzados e os olhos baixos...”

A regularidade, o ritmo, “é proibido perder o tempo que é contado por Deus e pago pelos homens”. Poder-se-á dizer que os dias atuais apenas escondem o cinismo explícito, mantendo os rituais escolares bastante semelhantes: as campainhas, os ritmos de repetição da atividade, a cronometragem em função da submissão dos corpos. Igualmente à distribuição dos espaços, o controle sobre o tempo dos corpos permanece introjetado na realização social da vida cotidiana e em todos os setores, inclusive na vida “pessoal e íntima” dos corpos. O tempo que não é controlado pelo indivíduo, mas pelo poder, será sempre algo inexorável que lhe determina a ação. O tempo, assim, não é próprio, individual, mas coletivizado pelo sistema de controle e a ele subordinam-se os corpos dóceis.

Em terceiro lugar, compondo os mecanismos da disciplina, a Vigilância, que aparece como algo que deve ser contínua, ininterrupta, pois precisa ser vista pelos indivíduos que a ela estão expostos como contínua, perpétua, permanente, ainda que não esteja presente efetivamente; é necessário que não tenha limites, que penetre nos lugares mais recônditos, esteja presente em toda a extensão do espaço: ”Olhar invisível que deve impregnar quem é vigiado, de tal modo que este adquira de si mesmo a visão de quem o olha”.

O poder sobre os corpos (docilidade), exercido por meio destes mecanismos, atinge o ápice da submissão quando o corpo não distingue mais entre si mesmo e o "olho" que o vigia ("olho do poder"). Os tabus, os preconceitos, as verdades morais, as religiões... produzem nos indivíduos as renúncias ao prazer tornando-os dóceis e prontos para a submissão. O palco sobre o qual caminha o professor, as fileiras que lhe dão acesso a todos os alunos, as portas com janelas em vidros por onde o supervisor pode olhar, as campainhas, os horários, as chamadas... produzem, na estrutura da escola, a constância necessária para submissão/controle que se interioriza e se estende na vida social dos indivíduos.

Por fim, um quarto dispositivo garante o controle disciplinar: a produção do saber, isto é, a disciplina produz saber. Este saber é produzido pelo registro contínuo do que se conhece dos indivíduos na "clausura" (ainda que simbólica como a escola), dos eventos e suas participações, em suma, do que o supervisor "vê" por meio da vigilância. Este conhecimento gera poder e gera poder porque é manipulado (eu sei algo sobre você). Em nossas sociedades a busca do anonimato cresce em função da libertação dos corpos do domínio deste saber. O caderno de anotação, a ficha secreta, a prova surpresa, a correção, a nota... o mistério do que o professor sabe sobre cada aluno constitui o mecanismo que, na escola, transforma o saber em poder.

Estas técnicas disciplinares (Espaço, Tempo, Vigilância e Saber) acrescidos de outras tantas técnicas sutis de aprisionamento são os instrumentos identificados por Michel Foucault para o adestramento, para a subordinação dos corpos. A educação vai desempenhar importante papel na organização, reprodução, submissão e produção destes "corpos dóceis" que culmina, no contexto social, na subordinação, na dominação e na alienação.

Foi neste contexto da modernidade, entre os séculos XVI e XVIII, que Foucault analisou o aparecimento concomitante destes dispositivos descritos e a conseqüente aparição da figura do "técnico", do "supervisor", daquele que olha, que vigia, que controla, que acumula saberes. É, pois, no contexto da vigilância que se inserem as primeiras definições da "figura" e do "papel" do supervisor. É consciente desta origem e seus desdobramentos contemporâneos que é necessário refletir novas funções, novo papel e uma nova articulação dos "saberes", elemento fundamental no contexto de uma era da informação, onde o conhecimento transforma-se mais e mais em riqueza.

A reorganização da escola passa, pois, não apenas pela mudança destes dispositivos de poder, mas, fundamentalmente, pela própria mudança das funções que lhe davam sustentação, ou seja, aquela da supervisão como vigilância e punição. É possível e necessária tal mudança. É possível porque nenhum poder é absoluto ou permanente. O poder é transitório e circular, o que permite a aparição de fissuras e de rupturas. É necessário por que se precisa repensar este modelo de escola tradicional que se funda em tão primitivos mecanismos de poder.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vale dar uma olhada no resultado do ENEM e pensar um pouco sobre qualidade de educação.Logo vamos discutir.
veja este site.
http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2010/07/veja-o-resultado-do-enem-2009.html

sábado, 17 de julho de 2010


Impulsividade
Titulo original: (Thumbsucker)
Direção: Mike Mills
Duração: 96 min.
Gênero: Drama

Justin Cobb seria um adolescente comum se não fosse o fato de que nunca conseguiu parar de chupar o dedo até os 17 anos. Mas este esta longe de ser o foco deste filme sutil e sensível ao tratar questões como o uso de medicamentos para responder as dificuldades de pais e mestres de gerir crianças que saiam dos padrões. A moda dos remédios, à moda do TDA e TDAH. O filme mostra de quebra, as diferenças entre as relações entre PAI X filho e MÃE X filho. Psicólogos, pedagogos e pais em geral devem ver este filme que aborda a diferença e o amor.

quarta-feira, 14 de julho de 2010


Preciosa

Simples, honesto. Sem abuso de imagens que possam ser insuportáveis. Para os educadores, uma lição de esperança. Preciosa é a síntese de todos os abandonos que os educadores convivem no dia a dia de uma escola. Até o exagero é plausível e não incomoda por sua veracidade. Os educadores podem compreender que é muito difícil mudar uma família, que é necessário fazer o que for possível nas fronteiras da escola. Talvez os educadores possam parar de reclamar das famílias e começar a fazer alguma coisa.
Veja sinopse em sites na internet, entre eles:

http://www.adorocinema.com/filmes/preciosa/

domingo, 4 de julho de 2010

UM PLANO DE SALVAÇÃO NACIONAL


VEJA 30 DE JUNHO DE 2010.
Sem novidade na intenção a revista publica uma síntese de um plano de educação elaborado por educadores para ser entregue aos candidatos à presidência da republica. Mas não é novidade. Quem militou em eleições sabe que este é um ato comum em quase todas as eleições. Poso Lembrar claramente o grupo de trabalho de Brizola e de Moreira Franco, entre outros, no Rio de Janeiro. Em alguns deles cheguei a participar. Mas falta de novidade não é o principal. Trágicas são as poucas e fracas idéias para a salvação nacional. Agrupadas e, sete tópicos que valem ser comentados:
1-Se a lei de responsabilidade fiscal ajudou o Brasil, que seja estendida para a educação. Entretanto dizer que “cobrar, premiar e punir” é um avanço “notável” é um atraso igualmente notável. O Brasil precisa sair do esquema de concurso público com significado de “fazer o que quer” tendo emprego vitalício. Esta talvez seja nossa pior doença. Não se cura com premio, mas com mercado (demissão/admissão).

2- Se há um avanço na educação brasileira ele é o que se chamou de “Parâmetros Curriculares”. Primeiro porque suprimiu esta discussão e segundo porque mostrou o que seria básico para a educação nacional deixando um país continental com flexibilidade para contemplar a cultura local. O Brasil tem seu sistema montado sobre o material didático o que invalida a idéia de que existe ai um vazio curricular. Não é possível um currículo universal, existem apenas as possibilidades de aprendizagem em cada momento do desenvolvimento. O que se pode ter de universal é a atitude, o comportamento baseado na INTELIGÊNCIA. Sé a Inteligência é universal.

3- A flexibilização do ensino médio é de fato um objetivo a ser perseguido. Os modelos americanos e europeus são bons focos. Entretanto a questão esta desfocada. Não se trata apenas de diminuição de currículo. Precisamos, e isto não é novidade, aumentar os investimentos no ensino médio tornando-o alternativa profissional para a maciça população que nele deve integrar. Precisamos superar o “cacoete” de achar que todos devem fazer o ensino superior (lugar atual da única profissionalização no Brasil). O ensino médio poderia ter diversas opções para a vida profissional além de possibilitar o acesso ao ensino superior. O mercado procura profissionais técnicos e não encontra...

4- A gestão democrática já tem mais de 20 anos de discussões. A questão não é se elegemos ou não diretores, se o diretor tem ou não autonomia, se ele foi professor, se ele tem poder. A questão principal é a própria gestão do serviço público no Brasil. Todos querem ser servidor público. Entenda: fazer o que se quer com emprego vitalício e vantagens “preguiçosas”. O Brasil deveria respeitar a criança e o adolescente. Um professor deve integrar uma equipe conforme sua competência e sua dedicação. No momento em que a demissão for um instrumento disponível não serão necessárias premiações. Só é possível discutir competência num sistema de mercado, o paternalismo do serviço público no Brasil deixa a inércia e a mediocridade vencer.

5- Mudar a formação dos professores nas universidades é sem dúvida o principal tópico levantado pelo artigo. Mas sobre este tema já falamos em outros artigos. É preciso sair do “lero-lero” e formar professores que não apenas domine os conteúdos programáticos como a metodologia de ensino de cada ciência.

6- Quanto à premiação não se pode levar a sério. Seria mais uma “bolsa alguma coisa”. Não tem cabimento se premiar financeiramente alguém que esta apenas cumprindo sua tarefa de trabalho. O que gera o compromisso é a competitividade que, ao mesmo tempo eleva os salários. O que atrai os melhores são sem dúvida a dignidade da profissão e seu retorno econômico. Não tem prêmio que resolva o absurdo salarial dos professores. Ainda temos que lembrar que no Brasil pode-se temer a deturpação e o risco dos prêmios serem negociados.

7-Ampliar a jornada escolar é sem dúvida o ideal da educação numa sociedade avançada onde homens e mulheres despendem muitas horas no mercado de trabalho. Não é novidade, nas eleições de 1982 (18 anos atrás!) Darcy Ribeiro e Leonel Brizola pretenderam dar conta disto no Rio de Janeiro com os chamados “Brizolões”. O custo é alto. Mas devemos perseguir este objetivo. Entretanto devemos olhar para as mudanças necessárias na escola de forma a levar as crianças e jovens a GOSTAR da escola. Hoje mal suportam 4 horas!!!!!

sábado, 3 de julho de 2010

A formação ética é prerrogativa da Escola ou da família?

Fazer esta escolha é um equívoco. A escola nos últimos tempos passou a fazer um discurso (apenas um discurso) de seu total comprometimento com as questões éticas e morais sob a égide da “formação da cidadania” – muito correta se não virasse um exagero discursivo (e veja o fracasso por ser mero discurso de venda).
De fato tanto escola quanto a família devem estar comprometidas com a formação moral e ética da criança e do adolescente.

Antes de tudo é preciso entender que os comportamentos éticos são absolutamente sociais. No isolamento não precisamos ser éticos ou morais. Aprendemos os comportamentos morais ou éticos no contexto de uma sociologia e neste sentido é que tanto a família como a escola tem papel a desempenhar.
Se à família cabe a transmissão dos valores, símbolos e referências que permitam a inclusão social do indivíduo à escola cabe o papel propriamente sociológico: o confronto das idéias (democracia) e \ prática da cidadania (moral e ética).

É na escola que juventude pode discutir e confrontar suas diferenças, a condução moral de cada família e o comportamento ser ajustado á ética social e a referência da lei (normas). As crianças menores têm na escola o lugar próprio para o exercício da obediência à lei , que é típica e necessária ao desenvolvimento entre os 7 e os 12 anos.

Entretanto não são “aulas” de ética que formam cidadãos. É necessária uma prática democrática onde a própria ação educativa propicia esta aprendizagem. É através das dinâmicas empregadas em cada aula, do acompanhamento das competições de toda natureza (cognitivas e físicas) vez que ganhar e perder é estruturante nesta empreita.

Participar das atividades escolares, os pais estarem presentes, o respeito as autoridades educacionais...são estas relações que constroem o cidadão. Não existem “aulas” teóricas ou práticas para inserir os indivíduos no conjunto social. Inclui-se, vivendo. São as experiências morais e éticas que formam as pessoas. Os índios não dão aulas de inserção social na tribo, vão introduzindo cada indivíduo segundo regras específicas para cada momento da vida. Todas as comunidades são assim... os índios são apenas mais evidentes por sua maior simplicidade social.

À família cabe PARTICIPAR, precisam estar junto aos filhos em cada momento de suas vidas, orientando, partilhando, fazendo escolhas e após os 7 anos verbalizando, conversando, explicando, justificando. Pais que participaram desde muito cedo terão bom campo de diálogo na difícil fase da adolescência.

Os filhos têm que aprender o que é certo e o que é errado, precisam ouvir dos pais, precisam respeitar as regras familiares e admirar aqueles com quem convivem (pais e mestres). Crianças assim terão mais solidamente construídas as referências morais e um comportamento ético.

INDICAÇÃO DE FILMES para PAIS E MESTRES

Dra. Adriana Oliveira Lima

O Senhor das moscas

Clássico da literatura Inglesa onde é possível discutir a desagregação social – valores, moral e símbolos- quando se perde o sentido das instituições sociais. Ocorre particularmente a desagregação por tratar de crianças e pré adolescentes.

Pais e professores podem compreender uma série de atitudes que podem ocorrer em seu dia a dia quando lidam com os adolescentes que deixam momentaneamente as referências familiares para ingressar no grupo social.